Jeniffer Capella, de 18 anos, desapareceu, há sete dias, após embarcar em um carro de aplicativo, em Magé, na Baixada Fluminense
Jeniffer Capella, de 18 anos, desapareceu, há sete dias, após embarcar em um carro de aplicativo, em Magé, na Baixada Fluminense Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Após uma semana de buscas e investigações, a polícia identificou o motorista do carro de aplicativo, onde a jovem Jeniffer Capella do Amaral, de 18 anos, teria embarcado, na noite do dia 21 de janeiro, de acordo com informações repassadas pela família. Os nomes do condutor do veículo e da empresa de aplicativo, no entanto, estão sendo mantidos sob sigilo. Os depoimentos do motorista e da família serão tomados por policiais do núcleo de Descobertas de paradeiros, na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Segundo familiares, Jeniffer foi vista pela última vez, entrando num carro de aplicativo, de cor escura, próximo de casa, no bairro Fragoso, em Magé, na Baixada Fluminense. Ela seguiria para casa de uma amiga, onde passaria à noite, mas não chegou ao destino. O aparelho celular da jovem foi desligado. A localização do motorista ocorreu, com anuência da Justiça, após a polícia solicitar informações à empresa de aplicativo.
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“São sete dias de buscas. Apesar do desespero da família e amigos no foco para encontrar o paradeiro da minha filha, a localização do motorista é uma boa notícia, pois poderá trazer novas informações e ajudar nas investigações”, disse, a auxiliar de cozinha Jane Fernandes Capella, de 37 anos.
'Simplesmente, desapareceu!'
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O desaparecimento de Jeniffer mudou a rotina da família Capella, que, organiza, desde então, mutirões, com ajuda de vizinhos e amigos, para encontrar o paradeiro da jovem. Conforme relatos da família, quando saiu de casa, ela vestia short jeans, blusa preta e uma bolsa a tiracolo.
“Hoje completam sete dias. Ela não tinha motivos para fugir, tampouco apresentou mudança de comportamento nem fazia uso de medicamentos. Falei com a minha filha, pouco antes do embarque no carro. Ela me disse que estava indo para casa da amiga e voltaria no dia seguinte pela manhã para ficar com os irmãos menores. É uma jovem dócil e comunicativa. É estranho. Simplesmente, desapareceu”, contou Jane Capella, que se divide entre os horários de trabalho e as buscas à filha desaparecida.
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Investigações- O caso foi registrado na 66ª DP (Piabetá) e encaminhado para o núcleo de descobertas de paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A polícia solicitou, à Justiça, a liberação de imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais da região, após localizar, identificar e intimar o motorista do carro de aplicativo. A DHBF deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.
Com recorrentes casos sem solução, Baixada Fluminense tem segunda maior incidência de desaparecimentos no Estado
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Entre as sete Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), a Baixada Fluminense (RISP3) é a segunda com maior incidência de desaparecimentos no Estado do Rio de Janeiro, com 769 casos registrados, de janeiro a novembro, em 2020. No mesmo período, só foi superada pelas Zonas Oeste e Norte da Capital (RISP2), que anotaram 779 ocorrências. As duas regiões somam, aproximadamente, 50% do total registrado em todo o Estado, que totaliza 3.042 casos, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Para especialistas, o elevado número de ocorrências, nestas regiões, se deve, sobretudo, à falta de empenho nas investigações e às falhas nos processos em andamento na Justiça, que corroboram para a sensação de impunidade. Ontem, completaram 30 dias do sumiço dos meninos de Belfort Roxo, Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10 anos, que são primos, e Fernando Henrique, de 11 anos. Ainda sem solução, a principal linha de investigação aponta para um suposto envolvimento de traficantes de drogas.