Estudante Mateus Marques da Silva, de 14 anos, está desaparecido há 3 dias, após sair de casa para ir à escola, na comunidade do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio
Estudante Mateus Marques da Silva, de 14 anos, está desaparecido há 3 dias, após sair de casa para ir à escola, na comunidade do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Há 3 dias, familiares e amigos do estudante Mateus Marques da Silva Ré, de 14 nos, se mobilizam nas buscas e se perguntam o que teria acorrido com o adolescente durante o percurso, de aproximadamente 1 quilômetro de distância, entre a casa dele e a Escola Municipal Eduardo Rabelo, na Comunidade do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Na tarde da última segunda-feira, Mateus disse à família que iria ao colégio pegar uma apostila para fazer as atividades escolares em casa, já que, devido à pandemia, as aulas presenciais foram suspensas. Contudo, o adolescente não retornou. A direção da escola, no entanto, informou que Mateus não esteve na unidade e não foi registrada a saída do material.
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Assustados com a demora, familiares iniciaram as buscas ao estudante, que estava vestindo uma camisa preta, com uma faixa vermelha na altura do peito, e bermuda. Natural da cidade paulista Águas de Lindóia, Mateus, por livre escolha, veio morar, há cerca três meses, na Comunidade da Rola, com o pai, o estoquista Luis Roberto da Silva Ré, de 39 anos.
“Há três dias, minha vida parou. Não me alimento direito e estou sem dormir. Estamos desesperados. Já procuramos em diversos lugares e não conseguimos encontrar o Mateus. Se alguém vê-lo, por favor, avise à polícia”, disse, emocionado, o pai.
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‘É um menino de bom coração e carinhoso’
De acordo com familiares, Mateus toma remédios controlados devido a um diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas vinha levando uma rotina normal de estudos, não apresentava outros problemas de saúde, tampouco se envolveu em conflitos familiares ou tinha motivos para fugir.
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A possiblidade de ter sido vítima de um surto psicótico, no entanto, não foi descartada. Embora, até o momento, não foram encontrados registros da entrada do adolescente em hospitais, abrigos ou clínicas na região.
“É um menino de bom coração e muito carinhoso. Ele pode estar em surto e andando sem destino”, lamentou a mãe, a agente de hotelaria Débora Marques dos Santos, de 33 anos, que veio de São Paulo para ajudar nas buscas.
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Após chegar à comunidade carioca, Mateus passou a frequentar uma igreja evangélica, onde fez a sua primeira rede de amizade, apesar do pouco tempo morando no Rio de Janeiro.
“Devido ao pouco tempo na comunidade, sua rede de amizade foi construída na igreja, onde frequenta todos os cultos de jovens. Estamos todos mobilizados para encontrar o Mateus”, disse a gari Érica Peixoto Barros, de 35 anos, líder da juventude da igreja.
Adolescente foi visto caminhando em bairros vizinhos
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O caso foi registrado na 36ªDP (Santa Cruz) e será encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA). De acordo com informações repassadas à família, Mateus teria sido visto, no dia do desaparecimento, na companhia de outro adolescente na comunidade do Rola. Em outro informe, o menino estaria uma estação do BRT, na Estação do Magarça e em Cosmos, na Zona Oeste. Todas informações foram checadas. Além de ouvir familiares e testemunhas, a polícia solicitará imagens de câmeras da região para ajudar nas investigações. 
Informações sobre o caso podem ser repassadas aos telefones 190 (PM), 2202-0338 (DDPA) ou 2253-1177 (Disque-Denúncia).
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Sumiços por distúrbios psiquiátricos correspondem a 12% dos casos registrados, segundo Ministério Público

De acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os desaparecimentos de pessoas com problemas psiquiátricos correspondem a 12% dos casos registrados. No caso de adolescentes, entre 12 a 17 anos, esse número sobe para 29%, sendo o maior índice relativo no universo da pesquisa, que abrange cerca de 27 mil casos relatados.
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Em janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados 676 desaparecidos no Estado do Rio de janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).