Thayna, de 22 anos, está sumida desde a manhã da última sexta-feira, após sair de casa, na Penha Circular, Zona Norte do Rio
Thayna, de 22 anos, está sumida desde a manhã da última sexta-feira, após sair de casa, na Penha Circular, Zona Norte do RioArquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Familiares e amigos realizam buscas para encontrar o paradeiro da jovem Thayna Fernada da Silva, de 22 anos, que desapareceu, na manhã da última sexta-feira, após sair de casa, na Penha Circular, Zona Norte do Rio.
Ao sair de casa, a jovem disse à mãe que iria a uma clínica da família, em Brás de Pina, onde, há cerca de dois anos, mantinha a rotina de buscar remédios para um tratamento de saúde. Ela não levou aparelho celular. Thayna vestia calça jeans e blusa preta e branca.
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"Ela estava tratando uma depressão, mas mantinha a rotina de ir à clínica pegar os remédios. Devido à pandemia, ficava mais em casa. Ela saía apenas para ir à igreja evangélica, sempre acompanhada de uma amiga. Não temos ideia do que ocorreu”, disse a tia da jovem, a orientadora social Jaquerlândia Nascimento, de 29 anos.
As circunstâncias do desaparecimento serão investigadas por policiais da 38ª DP (Brás de Pina). Câmeras de segurança da unidade de saúde e de comércios da região serão analisadas para ajudar nas buscas. Em relato à polícia, familiares informaram que, em outra ocasião, Thayna teria ficado por um tempo fora casa, mas teria avisado à família e retornado.
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Informações sobre o caso podem ser encaminhadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), pelos telefones (2202-0338 / 2582-7129), de forma anônima e com sigilo garantido.
Pandemia e abalos emocionais podem acelerar aumento de casos de sumiços voluntários
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No Estado do Rio de Janeiro, nos primeiros quatro meses de 2021, foram registrados 1.281desaparecimentos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Segundo especialistas, durante a pandemia, podem aumentar os casos de desaparecimentos espontâneos ou voluntários, que são motivados, em sua maioria, por transtornos psicológicos ou conflitos familiares.
“ Segundo dados divulgados pela Fiocruz, entre um terço à metade da população pode vir a sofrer algum tipo de transtorno psicológico durante a pandemia, se não houver acesso a cuidados específicos. Ansiedade, depressão, aumento do uso de álcool e outras drogas, pensamento suicida, angústia relacionada à instabilidade de emprego, violência doméstica, aumento de conflitos provocados pela convivência forçada com familiares, traumas e luto não elaborado, fazem parte de um triste cenário de desequilíbrio mental provocado pelo impacto da pandemia na sociedade brasileira”, ressalta a psicóloga Alessandra Alves Soares.
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'Busca de ajuda profissional é fundamental’
Para a psicóloga, essas consequências podem afetar até mesmo quem não tem histórico de transtornos psicológicos. Segundo Soares, parte dessas sensações são reações normais frente ao que estamos vivendo. Nem todos esses problemas psicológicos evoluem para o que classificamos como doença mental.
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“Essa diferença, entretanto, não altera o grau de importância e a necessidade de uma atenção a qualquer sinal de alteração de comportamento. Buscar ajuda profissional é fundamental. Ressalto a importância do SUS como ferramenta para promover medidas preventivas e mitigar os efeitos negativos e sequelas psicológicas desta crise sanitária que estamos vivenciando”, explica a psicóloga.