Cerca de 50 pessoas participaram da manifestação, na noite de quarta-feira, na Praça do  Curral Falso, na Zona Oeste, para encontrar o estudante Mateus Marques, sumido há 4 dias
Cerca de 50 pessoas participaram da manifestação, na noite de quarta-feira, na Praça do Curral Falso, na Zona Oeste, para encontrar o estudante Mateus Marques, sumido há 4 dias Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Cerca de 50 pessoas participaram de uma manifestação pacífica, na noite de quinta-feira, na localidade Curral Falso, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, para sensibilizar autoridades e chamar atenção da opinião pública nas buscas ao estudante Mateus Marques da Silva Ré, de 14 nos, que está desaparecido há 4 dias. 
Morador da Comunidade do Rola, o adolescente sumiu, na tarde da última segunda-feira, a caminho da Escola Municipal Eduardo Rabelo, onde buscaria uma apostila de atividades para fazer em casa, devido à suspensão das aulas presenciais. Mateus, no entanto, de acordo com a direção do colégio, não esteve na unidade de ensino, localizada a cerca de 1 quilômetro da residência. Ele vestia camisa preta com uma faixa vermelha na altura do peito, e bermuda. Não estava com aparelho celular.
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Durante a manifestação, familiares e amigos usaram camisas brancas, expuseram cartazes com a fotografia do estudante e um grupo evangélico, onde pertence Mateus, entoou hinos e fez orações. Antes do ato, contudo, os pais do menino realizaram novas buscas em bairros e unidade de saúde da Zona Oeste, mas sem sucesso.
“Essa manifestação pacífica tem por finalidade chamar atenção das pessoas para o sumiço do Mateus. Hoje, realizamos buscas em hospitais e ruas de diversos bairros. O Mateus é muito amado. Refaço o apelo: por favor, se alguém vê-lo pelas ruas avise à polícia ou à família. Estamos numa luta grande. Vamos seguir até encontrá-lo”, ressalta o estoquista Luis Roberto da Silva Ré, de 39 anos.
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Possibilidade de o adolescente ter sofrido um surto psicótico não foi descartada
Mateus, que morava na cidade paulista Águas de Lindóia, veio morar, há cerca três meses, na Comunidade da Rola, com o pai. Segundo familiares, o adolescente fazia uso de remédios controlados após ser diagnosticado comTranstorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas vinha levando uma rotina normal de estudos, não apresentava outros problemas de saúde, tampouco se envolveu em conflitos familiares ou tinha motivos para fugir.
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A possiblidade de ter sido vítima de um surto psicótico, no entanto, não foi descartada. Embora, até o momento, não foram encontrados registros da entrada do adolescente em hospitais, abrigos ou clínicas na região.
“É um menino de bom coração e muito carinhoso. Ele pode estar em surto e andando sem destino”, lamentou a mãe, a agente de hotelaria Débora Marques dos Santos, de 33 anos, que veio de São Paulo para ajudar nas buscas. 
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Adolescente teria sido visto caminhando em bairros vizinhos
O caso foi registrado na ªDP (Santa Cruz) e será encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA). De acordo com informações repassadas à família, Mateus teria sido visto, no dia do desaparecimento, na companhia de outro adolescente na comunidade do Rola. Em outro informe, o menino estaria uma estação do BRT, na Estação do Magarça e em Cosmos, na Zona Oeste. Todas informações foram checadas. Além de ouvir familiares e testemunhas, a polícia solicitará imagens de câmeras da região para ajudar nas investigações.
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Sumiços por distúrbios psiquiátricos correspondem a 12% dos casos registrados, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os desaparecimentos de pessoas com problemas psiquiátricos correspondem a 12% dos casos registrados. No caso de adolescentes, entre 12 a 17 anos, esse número sobe para 29%, sendo o maior índice relativo no universo da pesquisa, que abrange cerca de 27 mil casos relatados.
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Em janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados 676 desaparecidos no Estado do Rio de janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).