Christian Flores,15, e Cristian Ramos, de 17 anos, estão desaparecidos desde o dia 13 de dezembro, após saírem juntos, em uma motocicleta, para entregar lanches em Queimados, na Baixada Fluminense Arquivo Pessoal

Há 33 dias, a agonia pela falta de informações une duas famílias que buscam apoio de amigos e colaboradores para encontrar o paradeiro dos adolescentes Cristian Silva Ramos, 17, e do seu amigo, Christian de Oliveira Flores, de 15 anos. Eles desapareceram no último dia 13 de dezembro, após saírem de motocicleta para fazer uma entrega de lanches, em Queimados, na Baixada Fluminense.
Moradores de Japeri, na Região Metropolitana, familiares registraram o sumiço na polícia, comunicaram ao Conselho Tutelar , divulgaram na mídia, redes sociais e ainda realizam buscas. Contudo, após 1 mês e 3 dias, ainda continuam sem respostas. De acordo com as famílias, os adolescentes estavam com seus aparelhos celulares, que, teriam sido desligados, desde o dia do sumiço.
“Não sabemos de nada: se foram sequestrados, se envolveram em um acidente ou até o pior. Simplesmente sumiram. São de famílias humildes, estavam trabalhando e mantinham a rotina de estudos. Ficar sem notícias é uma dor grande. Já procuramos em diversos lugares. Ainda não temos respostas concretas sobre o caso. Não sabemos o que fazer”, lamentou a comerciária Ana Paula dos Santos Ramos, de 32 anos, mãe do Cristian Ramos
Entrega de lanches e abordagem policial
De acordo com testemunhas, Cristian Ramos estaria pilotando a motocicleta, tendo o amigo Christian Flores, que carregava uma mochila de lanches, na garupa. A motocicleta, modelo Honda Fan mix, de 150 cilindradas, de cor preta, estava sem placa, e, também não foi encontrada.
Conforme familiares, os adolescentes disseram que iriam fazer uma entrega de lanches, mas, que, em pouco tempo, estariam de volta. Antes do sumiço, no entanto, um dos parentes teria feito contato telefônico e foi informado por Cristian Ramos sobre uma suposta abordagem policial, na altura da Rua 55, em Queimados. A Polícia Militar informou à imprensa, na ocasião, não ter registrado operações na região.
“Vivemos, há 1 mês, uma agonia sem fim. Acordamos e dormimos apenas por rotina e, muitas das vezes, à base de remédios. Ter um filho desaparecido é uma dor sem respostas. Fazemos um apelo às autoridades e a todos que souberem sobre os meninos que nos ajudem. Não podemos mais ficar sem respostas”, disse, emocionada, a dona de casa Maria José de Oliveira Fagundes, de 54 anos, mãe do Christian Flores.
Investigações- A Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento no setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Diligências continuam para localizar as vítimas e esclarecer os casos.
O gerente do Programa SOS Criança Desaparecida, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), Luiz Henrique Oliveira, disponibilizou os telefones 2286-8337 ou 98596-5296 para informações sobre o caso e ressaltou que a instituição presta apoio e acolhimento social às famílias.
Informações ou denúncias sobre o paradeiros dos adolescentes podem ser repassados também ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou à DHBF, pelo telefone (21) 98596-7442 (whatsapp). Ressalta-se a importância da colaboração com informações e denúncias, garantindo-se o total anonimato e sigilo das informações.
Baixada é a região com maior número de desaparecimentos no Estado
De janeiro a novembro de 2021, foram registrados 3.633 registros de desaparecimentos de pessoas em todo Estado do Rio de Janeiro, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Baixada Fluminense lidera em número de casos no estado, com 1.130 ocorrências, seguido da Zona Oeste e Norte do Rio, que juntas somam 887. Logo atrás, a Capital teve 598 registros. Região Metropolitana e dos Lagos registraram, no mesmo período, 479 sumiços. O Sul Fluminense e o Norte Fluminense somaram, respectivamente, 213 e 205 sumiços. Com menor número de ocorrências, a Região Serrana apontou 121 casos.