Família intensifica buscas a estudante desaparecido há 3 meses na Região Metropolitana
Nykollas dos Santos, de 16 anos, teria sido visto, há 20 dias, em um hipermercado em São Gonçalo. Imagens estão sendo analisadas pela Polícia Civil
Nykollas Quina de Mattos dos Santos, de 16 anos, está desaparecido há 3 meses, após sair de casa para encontrar amigos e ir a um projeto social, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio - Arquivo Pessoal
Nykollas Quina de Mattos dos Santos, de 16 anos, está desaparecido há 3 meses, após sair de casa para encontrar amigos e ir a um projeto social, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio Arquivo Pessoal
Esperança, disposição e fé são lemas personificados na luta diária de familiares e amigos que buscam, há cerca três meses, pelo paradeiro do estudante Nykollas Quina de Mattos dos Santos, de 16 anos. O adolescente desapareceu, após sair de casa, no último dia 25 de março, quando seguia para encontrar amigos, que participavam de um projeto social, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. No período, ida e vindas em hospitais e institutos de medicina legais se tornaram constantes.
No entanto, há cerca de 20 dias, a esperança pela localização do estudante ganhou um novo fôlego, após um jovem, com as mesmas características de Nykollas, ter sido flagrado em imagens do circuito interno de um hipermercado, no bairro Porto Velho, em São Gonçalo. Um casal, que teria comprado um biscoito a pedido do jovem, comunicou à família após reconhecê-lo em fotografias divulgadas nas redes sociais.
Após mobilização de familiares, amigos, e solicitação da polícia com anuência da Justiça, o hipermercado liberou as imagens, que estão sendo analisadas pelos agentes do Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP), unidade sediada na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) responsável pelas investigações sobre o desaparecimento do estudante.
'Só quero meu filho de volta'
“Temos certeza que se trata do meu filho! Ele está magro, mas as características corporais, além das roupas, os óculos e a forma de andar são semelhantes. Não sabemos o que ocorreu. Ele pode estar em surto psicótico e caminhando a esmo nas ruas. Nesse momento, a ajuda das pessoas é fundamental. Quem vê-lo, por favor, pode fazer contato com a polícia ou com as instituições competentes. Só quero o meu filho de volta!”, disse, emocionada, a decoradora Cléia Fabiana, de 47 anos, que continua fazendo buscas na região.
Sumiço ocorreu quando adolescente seguia para um projeto social
Nykollas desapareceu no último dia 25 de março, quando seguia para o projeto social esportivo e costumava, antes da atividade, se encontrar com amigos em uma praça da região. O adolescente estava sem aparelho celular. Ele usava camisa preta, com detalhes coloridos, bermuda cinza e sandálias de dedo.
De acordo com familiares, o adolescente trabalhava ajudando os pais em suas atividades profissionais e nunca ficou fora de casa sem avisar. Querido pelos amigos, o estudante não apresentou mudança de comportamento e tampouco tinha problemas de saúde.
Informações- Contatado pelo DIA Online, o SDP informou que as imagens estão sendo analisadas, as investigações estão em curso e todas medidas cabíveis estão sendo tomadas para encontrar o paradeiro do estudante. Informações sobe o paradeiro do Nykollas podem ser repassados aos telefones do Disque-Denúncia (2253-1177) ou da DHNSGI (2718-5361) com garantia do sigilo e anonimato.
Região Metropolitana registrou 193 casos
No Estado do Rio de Janeiro, em 2022, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a abril, foram registrados 1.777 sumiços de pessoas. Com maiores incidências, a Baixada Fluminense e as Zonas Norte e Oeste do Rio somam 806 casos, correspondendo a aproximadamente 50% dos registros em todo o Estado. No mesmo período, a Região Metropolitana, que está inserida na Região Integrada de Segurança Pública 4, registrou 193 casos.
De acordo com especialistas, áreas consideradas conflagradas devido aos constantes conflitos armados e próximas às regiões dominadas pelo tráfico de drogas e milícias são determinantes para o maior número de desaparecimentos. Famílias de desaparecidos denunciam, entre outros, o mau atendimento nas delegacias e a falta de empenho nas investigações.
A Polícia Civil informa que cerca de 85% dos casos são solucionados. Os dados, no entanto, são questionados pelos especialistas e ativistas, que creditam o número de resolutividade à luta das famílias, que, na maioria dos casos, se desdobram nas buscas aos entes queridos sem devido apoio das instituições.
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