Estudante Maria Aline Cruz de Oliveira, de 15 anos, desapareceu, na manhã do último sábado, após sair de casa para comprar pão, no bairro Valverde, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense Arquivo Pessoal

Há 4 dias, a adolescente Maria Aline Cruz de Oliveira, de 15 anos, acordou cedo, disse ao pai que iria comprar pão, saiu de casa e não retornou. O sumiço ocorreu, na manhã do último sábado, no bairro Valverde, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
De acordo com a família, imagens gravadas por uma câmera residencial mostraram a adolescente caminhando, sem pressa, em direção a um centro comercial da região. Ela usava um casaco vermelho e carregava uma mochila rosa.O aparelho celular da estudante foi desligado.
Familiares disseram que Maria Aline não apresentou mudanças de comportamento, nunca ficou fora de casa sem avisar aos pais, tampouco tinha motivos para fugir. Eles, no entanto, não descartam a hipótese de a estudante ter sido aliciada por pessoas desconhecidas e saído para um suposto encontro marcado pelas redes sociais.
‘Achei estranha a demora’
“Ela estava tranquila. No sábado, acordou cedo, disse que iria comprar pão e sumiu. Achei estranha a demora. Peguei a bicicleta, fui à padaria e dei uma volta no bairro, mas não a encontrei. Ali começou a nossa agonia. Acreditamos que ela pode ter sido aliciada por alguém e saído para um encontro marcado pela internet. Estamos focados nas buscas”, disse, emocionado, Natanael Lima de Oliveira, de 33 anos, pai da estudante.
Mensagens investigadas
O caso foi registrado na 56ª DP (Comendador Soares) e encaminhado ao Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP), em Belford Roxo, na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo familiares, uma pessoa estaria passando mensagem, nas redes sociais da estudante, informando que ela está bem, em outra cidade da Baixada, mas que só voltaria se eles fossem buscá-la. A veracidade da informação está sendo investigada pela polícia.
Informações e denúncias
Quem tiver informações sobre o paradeiro da estudante pode repassar ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou ao SDP da Baixada que disponibiliza à população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.

Riscos de aliciamentos nas redes sociais
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados por estranhos em redes sociais. Portanto, o imaginário coletivo da aventura bem sucedida e o ‘prazer’ momentâneo pela ausência da ‘lei’, representada pelos pais, colocam os adolescentes em um limbo, entre o lazer e a tragédia, conforme explicam os especialistas.
“Os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos. Não se sabe quem está do outro lado do computador ou celular. Existe uma rede de aliciadores que se aproveitam das vulnerabilidades das crianças e adolescentes”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto e a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.