Menino Elias da Silva Paula de 13 anos, desapareceu após sair de casa na manhã da última segunda-feira, em Nova Iguaçu. Ele foi visto pela última vez em uma estação de trem Arquivo Pessoal

Familiares e amigos buscam, há 4 dias, pelo paradeiro do menino Elias da Silva Paula, de 13 anos, que desapareceu após sair de casa, na manhã da última segunda-feira, o bairro Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
De acordo com familiares, Elias saiu da residência, por volta das 7h30, levando uma mochila. O adolescente foi visto, pela última vez, em uma estação de trem na companhia de outros adolescentes. Ele vestia uma camisa preta, com fundo branco e desenho do personagem Naruto, seu 'herói' preferido de série japonesa.
Elias, segundo a família, não tem problemas de saúde e tampouco tomava remédios controlados. A hipótese de ter sido aliciado por outras pessoas está sendo investigada pela polícia. O adolescente não portava aparelho celular ou documentos. Familiares realizam buscas em hospitais e ruas da região. O caso foi registrado na 52ª DP (Nova Iguaçu).
‘Ele não tinha motivos para fugir’
Emocionado, o pai adotivo de Elias falou do carinho e amor que familiares e amigos cercam o menino. Para ele, o adolescente foi aliciado e pode estar em risco. “O Elias é um menino sensacional e querido por todos. Está estudando e nunca ficou fora de casa. Ele não tinha motivos para fugir. Vamos continuar as buscas até encontrá-lo”, disse o assistente administrativo Williams Costa Soares, de 47 anos.
Denúncias- Informações sobre o paradeiro do adolescente Elias da Silva podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177), ao Programa SOS Criança Desaparecida (2286-8337/98596-5296) ou à 52ª DP (3779-0834). As denúncias têm sigilo e anonimato garantidos.

Sumiços: conflitos familiares e aliciamentos pelas redes sociais têm sido recorrentes
Conflitos familiares correspondem a mais de 75% dos problemas relacionados aos desaparecimentos de crianças e adolescentes, segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA). Oliveira, reitera, no entanto, que esses conflitos devem ser analisados de forma multifatorial, pois não envolvem só as famílias, mas deve ser visto como um problema social, onde as soluções passam pela participação das instituições especializadas e de toda sociedade.
“Os conflitos familiares, quando não administrados, são os principais motivadores dos desaparecimentos de adolescentes. Contudo, não podemos apenas achar que é um problema de família, mas fazer uma análise criteriosa e ampla. As soluções passam pela participação de diversos atores sociais”, explica Luiz Henrique, que ressalta a necessidade do diálogo franco entre pais e filhos, sobretudo quando o uso indiscriminado da internet pode colocar as crianças em riscos.
Desaparecimentos devem ser registrados imediatamente
De acordo com especialistas, entre outras recomendações, uma das principais é de que não é necessário esperar o prazo 24h, 48h ou 72h para registrar a ocorrência de desaparecimento, como é crença popular. A Lei 11.259/2005 (Lei da Busca Imediata) diz que a investigação do desaparecimento de crianças e adolescentes será realizada imediatamente após a notificação dos órgãos competentes. Caso uma criança desapareça, procure imediatamente a delegacia mais próxima de sua residência e registre o boletim de ocorrência.