Escolas passarão pela Sapucaí na segunda noite do Grupo Especial Cléber Mendes/Agência O Dia

Rio - Depois de matar as saudades da elite do Carnaval do Rio de Janeiro com os desfiles das seis primeiras escolas Grupo Especial, os foliões ainda poderão aproveitar o segundo dia dos desfiles com as outras seis grandes agremiações do grupo, neste sábado (23). A passarela do samba será aberta às 22h pela Paraíso do Tuiuti, seguida pela Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Grande Rio, e fechando o espetáculo a partir das 3h, com a Unidos de Vila Isabel.

A Paraíso do Tuiuti vai levar para o Sambódromo o enredo "Ka ríba tí ÿe - Que nossos caminhos se abram", sobre as histórias de luta, sabedoria e resistência negra. A escola de São Cristóvão, que tem Paulo Barros como carnavalesco, vai exaltar a contribuição de grandes ícones negros para a humanidade e uma reflexão ao futuro da negritude.

A Portela vai apresentar o enredo "Igi Osè Baobá", dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, retratando a simbologia dos baobás, árvores milenares originárias da África. Vencedoras de 22 títulos, a escola de Madureira vai levar para a avenida a sabedoria, resistência e ancestralidade do baobá, que teve sua continuidade nas favelas, quilombos e periferias do Brasil. Maracatu, maculelê, tambor de crioula, caxambu, jongo e funk serão algumas das manifestações afro-brasileiras lembradas pela agremiação.

A Mocidade Independente de Padre Miguel apresenta o enredo "Batuque ao Caçador", uma homenagem a Oxóssi, orixá que tem sob seu domínio o arco e flecha. Sob o comando do carnavalesco Fábio Ricardo, a agremiação também vai celebrar grandes ícones da "Bateria Nota 10", como os mestres André, Coé, Quirino, Jorjão e os baluartes, entre eles o criador do surdo de terceira, Tião Miquimba.

A Unidos da Tijuca vai levar à Marquês de Sapucaí a lenda do surgimento do guaraná, a partir do enredo "Waranã - A Reexistência Vermelha". Com o carnavalesco Jack Vasconcelos, a escola tijucana vai abordar a resistência dos povos indígenas, que ainda vivem no Brasil, e os contos do "Sehaypóri, o livro sagrado do povo Saterê-Mawé", do escritor da etnia Sateré-Mawé, Yaguarê Yamã, para retratar a surgimento do guaraná.

A Acadêmicos da Grande Rio volta à Sapucaí sob o comando dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, para quebrar um mito sobre a imagem negativa de Exu, um dos mais importantes orixás das religiões de matriz africana. O enredo "Fala, Majeté! As sete chaves de Exu", vai mostrar ao público que ele representa, na verdade, livramento e prosperidade.

A Unidos de Vila Isabel fecha os desfiles do Grupo Especial com o enredo "Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho". Com o carnavalesco Edson Pereira, a agremiação homenageia um de seus maiores ícones, o cantor e compositor Martinho da Vila, misturando a história do artista com a da escola da Zona Norte e revisitando sucessos do sambista.