Foi aprovado na Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira (11), o projeto de lei que tomba a Escola de Samba Império Serrano por seu valor histórico e cultural. Originária do Morro da Serrinha, em Madureira, a agremiação carrega, além de muitos títulos, uma história valiosa para o samba carioca e para a cidade do Rio de Janeiro.
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Em dezembro, o Império já havia sido declarado patrimônio imaterial e cultural do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei n° 9529/21. A agremiação é a atual campeã da Série Ouro com o enredo "Mangangá", desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, e retorna, após três anos, ao Grupo Especial em 2023.
A nova iniciativa, que tomba a escola, reconhecida por seu valor para o samba, é de autoria da vereadora Vera Lins (Progressista) e tem como co-autores os vereadores Reimont, Cesar Maia, Vitor Hugo e Luciano Medeiros. O prefeito Eduardo Paes ainda pode vetar o projeto.
A história do Império e a revolução do Carnaval
Fundada em 1947 na Avenida Ministro Edgard Romero, ao lado da estação de trem Mercadão de Madureira, o Império surgiu a partir de divergências na escola de samba Prazer da Serrinha, criada em 1926. A agremiação nasceu com o objetivo de inovar e seguir um caminho diferente da gestão anterior, dando voz à comunidade.
O novo modelo, implementado pelo Império, modificou não só a tomada de decisão, mas a forma do desfile, agora acompanhado de um enredo. Em seu primeiro carnaval, no ano de 1948, a proposta da nova escola arrebatou os jurados cariocas, conquistando o primeiro dos nove títulos da agremiação no Grupo Especial.
O Império Serrano é o quarto maior vencedor da folia carioca, sendo campeão nos anos de 1948, 1949, 1950, 1951, 1955, 1956, 1960, 1972 e 1982. Além disso, a escola possui cinco títulos da segunda divisão, conquistados em 1998, 2000, 2008, 2017 e 2022.
Além da inovação nos desfiles, o Império Serrano foi a primeira escola de samba a ter uma mulher em sua ala de compositores, a renomada Dona Ivone Lara. Repleta de enredos que viraram clássicos do carnaval, a Verde e Branco de Madureira deixou sua marca na história do Rio com compositores lendários e seu inconfundível toque dos agogôs.
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