BRAZIL-MUSIC-ROCK IN RIOCanadian singer and songwriter Avril Lavigne performs on the Sunset stage of the Rock in Rio music festival at the Olympic Park in Rio de Janeiro, Brazil, on September 9, 2022.MAURO PIMENTEL / AFPMAURO PIMENTEL / AFP

Rio - Avril Lavigne era, sem dúvidas, a atração mais esperada do Palco Sunset na noite desta sexta-feira (9). A cantora canadense, que estourou nos anos 2000, era aguardada por um público ansioso e empolgado que gritava a cada pequeno indício de que o show iria começar.
Com grandes expectativas, o carioca Edson Santana, de 25 anos, contou porque escolheu o quinto dia do festival. "Por conta de todo o movimento emo que ainda existe e resixte. Hoje é o dia do emo. Temos Green Day, Fall Out Boy, e Avril Lavigne, que é um ícone dessa geração emo, então hoje é um grande revival", explicou o advogado. "Eu acompanhei muito a Avril nos álbuns mais antigos dela. Comecei com 12 anos. Acho que o movimento emo deu uma certa queda de uns tempos pra cá, então não estou tão ligado nos últimos lançamentos. Mas as músicas antigas dela marcaram uma geração, e eu tô esperando muito pelos hinos", completou.
Muitos fãs, sobretudo os que assistiram o show de casa, reclamaram da cantora não ter sido escalada para o Palco Mundo. Contudo, Edson explicou porque ela se encaixa melhor no Sunset. "Eu acho que a Avril Lavigne é uma artista muito grande. Ela conseguiria facilmente estar no Palco Mundo pelo público dela, mas talvez pela presença de palco que ela demonstra nos shows, ser headliner do Palco Sunset tenha caído bem. Não reclamo", argumentou ele, que foi corroborado por outros fãs em seguida.
No meio da multidão, fãs de vários estados se reuniam para viver a nostalgia proporcionada pelos hits da artista. Mariah, de 26 anos, veio de Natal, no Rio Grande do Norte, para assistir ao show da Avril pela primeira vez, mas garante estar preparada para tudo. "Eu já vi que ela é morta nos shows, mas eu não ligo. Se ela estiver encamada, com tubos, eu vou estar surtando do mesmo jeito", brincou ela.
Um pouco atrás estava Armando, de 24 anos, que veio da outra extreminadade do Brasil, do Rio Grande do Sul, e também não via a hora do show começar. "É um sonho desde que eu era um emo lá em 2010, quando a gente ouvia aquelas músicas depressivas", disse ele, que muito espirituoso, ainda brincou: "Eu espero que ela chegue viva. 200 anos, mergulhada no formol, carinha de 17. Eu queria ter essa conservação dela".
E eles tinham razão. Avril Lavigne iniciou sua apresentação, e na primeira nota o público já estava cantando em coro a música "Girlfried", sem ela precisar pegar no microfone. E este foi o reflexo de um show morno sustentado em grande parte pelos fãs e por toda nostalgia que ela representa para a geração que cresceu nos anos 2000.
Embora estivesse nitidamente se esforçando, a artista não conseguiu acompanhar a empolgação dos fãs. Ela inclusive se ausentou do palco algumas vezes, e em uma delas demorou tanto que o público ficou inconformado, achando que o show tinha terminado sem que Avril cantasse o clássico "I'm with you", e o espaço chegou a esvaziar. Mas ela voltou para encerrar a setlist, e no fim, os fãs garatiram que valeu a pena esperar.