Ferrugem se apresenta no palco do Espaço Favela do Rock in Rio 2022 ao lado de ThiaguinhoWebert Belicio/AgNews

Rio - Que o Rock in Rio abrange diversos gêneros musicais todo mundo já sabe. Mas é a primeira vez que o pagode é recebido na Cidade do Rock. Na noite deste sábado (10), Ferrugem subiu ao palco do Espaço Favela para provar que que o gênero também se encaixa no festival. O cantor, que é um dos maiores nomes do pagode da atualidade, conta sobre a experiência de inaugurar o segmento em um evento como esse.
"Eles não podiam ter feito isso, porque agora a gente não sai mais daqui. O pagodeiro é um bicho abusado. A gente estava esperando sim por esse momento. Eu acho que é mais do que merecido o pagode estar aqui porque, além de levar grandes públicos aos nossos shows, a gente também é um segmento gerador de empregos. Porque a gente faz festivais tão grandes quanto esse que está acontecendo aqui. Por que não o pagode estar aqui?, questionou ele. "E a prova está aí, tem uma galera querendo curtir o nosso som hoje e eu estou muito feliz por isso", comemorou Ferrugem, que preparou um repertório especial para o evento.
"A expectativa é a conexão total com o público. Espero que eles se emocionem, que eles cantem, que eles chorem, que eles pulem, porque vai ter um pouco de cada coisa no show e vai ser muito divertido, sem dúvida", afirmou ele, e com razão. O artista cantou grandes sucessos dos seus álbuns, intercalando com clássicos do samba, além de apresentar a versão em pagode de hits de outros gêneros, como "Eu sei de cor", em homenagem a eterna Marília Mendonça.
Embaixador do Espaço Favela, Ferrugem convidou Thiaguinho para subir ao palco com ele e dar mais peso à estreia do pagode no Rock in Rio. "Nós estamos no Rio de Janeiro, no Brasil. O samba é totalmente a cara do Brasil e aqui tá cheio de brasileiro... Em qualquer lugar do país, o samba está. Em qualquer lugar do país, o samba chega e é bem visto. E eu tenho certeza que vai ser no Rock in Rio, nesse festival que já ultrapassou as barreiras de gêneros", afirmou Thiaguianho. 
"Que bom que o samba chega, que seja um dia feliz, que seja um dia emocionante e inesquecível. É uma responsabilidade muito grande para ele e para mim poder representar esse gênero tão importante e plural do país", completou ele.
E de fato, o pagodeiro é um tipo de fã diferenciado. Em um espaço feito para representar a arte que vem de dentro das favelas, os fãs curtiram o show no melhor estilo carioca: cantando pagode de peito aberto, olhos fechados e copo de cerveja na mão. O empurra-empurra pelo melhor lugar, tradicional em outros palcos, foi substituído pelo samba no pé. E nem mesmo o início da chuva tirou a alegria do povo, verdadeiro reflexo da periferia. 
Ao fim da apresentação, Ferrugem fez uma promessa: "Na próxima, a gente se vê no Palco Sunset".