Neurocientista explica que entender os motivos que levam ao consumo pode ajudar a mudar os hábitos alimentaresReprodução

Olá, meninas!
Quem nunca comeu um pedaço delicioso de bolo, com bastante cobertura, e sentiu vontade de comer a forma inteira? É claro que existem pessoas que não conseguem se controlar e acabam comendo mais do que poderiam ou deveriam. E para piorar, a pandemia acelerou esse processo ainda mais. Com o isolamento social, muitos brasileiros acabaram consumindo mais alimentos à base de açúcares e sais, além de bebidas alcoólicas. Quando a gente exagera, às vezes bate uma sensação de culpa. Afinal, se queremos tanto mudar a alimentação, como o nosso comportamento trai a intenção de controlar o peso ou de ser mais saudável?
A ciência explica. Neurocientista e bioquímico, Stephan Guyenet explica que o problema não está necessariamente na falta de força de vontade ou em um entendimento incorreto do que se deve ou não comer. Segundo ele, “o cérebro está programado para ser motivado por certos objetivos-chave como sexo, água, apoio social, conforto físico e, claro, comida. Atualmente, aprendemos como atingir esses objetivos de maneiras cada vez mais eficazes, e uma das principais consequências desse processo é o fato de que o cérebro se acostumou a liberar dopamina ingerindo alimentos ultracalóricos."
Vale ressaltar, meninas, que a dopamina é um dos hormônios do prazer. Ela é liberada quando fazemos aquilo que gostamos. No caso da comida, é como se fosse um consolo para aqueles dias tristes, que a gente só quer comer alguma coisa gostosa - que geralmente é calórica.
No livro “Como a comida controla seu cérebro? Superando os instintos que nos fazem comer demais”, o especialista conta como esse processo funciona. Com as transformações sociais, aqueles alimentos ultracalóricos, produzidos - principalmente - pela indústria, foram incorporados na dieta das pessoas. Segundo o neurocientista, o cérebro entende que aquele alimento resolveu um estado emocional, o ‘gatilho’ e, com isso, a dopamina é liberada. “Em termos técnicos, dizemos que seu comportamento foi reforçado”. E quanto maior a onda de dopamina, mais motivada a pessoa fica na próxima vez que encontrar esse alimento.
Como controlar os impulsos
Uma pessoa tende a parar de comer quando experimenta uma sensação de saciedade. O que talvez não seja tão óbvio é que, para se sentir satisfeito mais rápido, é necessário comer os alimentos certos. Stephan explica no livro que alimentos ricos em proteínas (como carne, ovos e frutos do mar) e fibras (como frutas, feijão e legumes) fornecem mais saciedade por caloria do que alimentos ricos em açúcar, sal e carboidratos simples, mais fáceis de serem digeridos pelo organismo.
Por isso, meninas, procurem um meio termo na hora de escolher o que colocar no prato. Não tornem o consumo de alimentos ultracalóricos um hábito diário. E busquem entender o que o seu corpo - e o seu cérebro - precisam. Vamos juntas?