Na Paraíba, um menino matou a família após uma discussão por notas baixas e o vício em jogos on-lineDivulgação

Olá, meninas!
Nos últimos dias, um caso triste de tragédia relacionada à dependência por games deixou a sociedade abalada. Um jovem de 13 anos matou a mãe e o irmão de 7 anos, após uma discussão por suas notas baixas e sua fixação pelos jogos on-line. O crime aconteceu em João Pessoa, na Paraíba, mas poderia ter sido em qualquer local do mundo, pois a recorrência de situações como essa mostra que a coisa é bem séria. Para entender mais sobre o caso, conversamos com a psicanalista Andréa Ladislau.
- Desde janeiro deste ano, o CID 11, que é Classificação Internacional de Doenças, traz oficialmente o fato como um transtorno de cunho mental e emocional. Denominado como Gaming Disorder ou "transtorno de games". É um tipo de distúrbio de descontrole dos impulsos com um forte componente de ansiedade generalizada. Ou seja, um padrão de comportamento no qual a necessidade de jogar prevalece frente a outros interesses vitais na vida da pessoa acometida pelo transtorno – explica Andréia.
Este é um assunto que preocupa pais e responsáveis e também gera dúvidas na hora de distinguir quando um simples lazer se transforma em um problema que deve ser levado à sério. A doença foi catalogada levando em consideração alguns critérios primordiais para que seja configurada como um distúrbio mental.
- Por exemplo: a intensidade, frequência e duração do tempo de utilização dos games é um fator determinante para fechar um diagnóstico. O indivíduo se sente incapaz de controlar ou de colocar um limite no tempo em que realiza a atividade. Além disso, o jogo passa a ser sua prioridade em detrimento dos interesses vitais, como: comer, dormir, descansar, higiene, socializar, trabalho, estudo, dentre outras rotinas cotidianas. Ou seja, o hábito altera o estado neurológico da pessoa, provocando o domínio do pensamento e intensificando o vício e a dependência pelos games – destaca a psicanalista.
A especialista também explica que as causas do problema podem ser diversas e subjetivas. Pode ser por uma fuga da realidade, carência afetiva, necessidade de se desafiar a todo instante, procrastinação, baixa autoestima, dificuldades de autocontrole, impulsividade, deficiência comunicativa, déficit do manejo emocional, timidez em excesso, entre outros. E, assim como todo tipo de vício, o fator recompensa cerebral, provoca motivações para permanecer no vício.
- Temos uma boa notícia: existe cura. Mas a eficácia de um tratamento será evidenciada de forma gradual. É preciso buscar ajuda de um profissional de saúde mental, promover o autocuidado e com cautela, monitorar o contato com os jogos. Sem esquecer que a organização da vida cotidiana com rotinas, responsabilidade – destaca Joana.
Assim como o caminho para outros problemas, nesses casos, também é importante se cuidar, se alimentar bem, adequadamente, ter momentos de descanso e sono regulado, além de realizar atividades sociais que possibilitem a interação com outras pessoas, bem como praticar algum tipo de atividade física.
- O mais importante é que a exposição aos games não ultrapasse o total de três horas por dia, no intuito de controlar o nível do comprometimento psíquico do indivíduo, para que não ocorram recaídas. Tomando todos estes cuidados para preservar sua saúde mental, corpo e mente encontrarão o equilíbrio desejado – finaliza a especialista.
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