A cantora Lua BlancoMarcel Blanco
Vim de uma família geracional de artistas, com influências de todos os lados. Meu pai me ensinou a cantar com cinco anos, e minha criação foi muito preenchida de música, arte e teatro. Passei minha infância e adolescência me apresentando com meus irmãos, ensaindo repertório juntos, fazendo teatrinho para projetos sociais, e cantando por todos os cantos. Na faculdade estudei Letras o que só confirmou minha paixão pela arte, e foi onde comecei minha banda e logo fui escalada para meu primeiro musical no teatro. A possibilidade de poder viver daquilo que eu já fazia minha vida inteira foi completamente cativante.
São os momentos que mais fico a vontade e divertida. Quando estou na minha zona de intimidade com as pessoas que mais amo, além de dar muita risada e conversar sobre tudo, fico automaticamente mais bilíngue do que o normal, misturando o inglês com o português sem nem pensar.
Eu estava num momento em que eu tinha entendido o quanto cantar é importante pra mim mas que só faz sentido se for um projeto que acredito e que reflete minha essência como artista. Quando voltei a compor com os meninos na pandemia, lembrei da alegria que tenho de criar e tocar com eles. Quando a gente trabalha com alegria e amor as coisas têm um sentido maior. O André e o Rique também sentiram que era o momento para voltarmos a criar juntos, aí que surgiu a Órbita.
Penso sempre. Eu sempre gostei muito de escrever, e a faculdade de Letras aflorou isso em mim. Minha habilitação foi tradução, que também é uma área que me encanta. Mas minha maior paixão mesmo é me apresentar, seja no palco, na câmera, ou na sala de casa, cantando, atuando ou as duas coisas ao mesmo tempo. Tem um lugar em mim que eu só acesso quando estou em cena, uma descarga de energia, um olhar interno que acende. As multifunções são só caminhos para liberar e compartilhar esse tanto de vida que tem aqui dentro.
Meus fãs são o meu melhor espelho, meu maior feedback, me dão força, perseverança e muito incentivo. Tem horas que nem entendo por que acreditam tanto em mim, só sei que na última década eles foram uma luzinha na escuridão me lembrando que ainda tem alguém pra receber o que tenho para dar. Me aproximei mais deles quando aprendi a identificá-los em meio a tanto barulho nas redes e hoje sou só gratidão e amor por nossa troca.
Meu foco agora é meu projeto com Lua Blanco e a Órbita. Lançamos nosso primeiro single Lunática, mais o vídeo clipe que roteirizei e dirigi, e estamos gravando as próximas faixas. Temos um álbum todo composto para produzir e lançar. Também estou voltando a me envolver com o cinema, devo ter novidades bacanas para contar em breve. Estou também me dedicando ao meu primeiro livro de ficção, ainda sem data para lançamento.
Eu amo trançar cabelo. Aprendi ainda criança a fazer uma trança embutida básica e nunca parei de aprimorar meus dotes. Não posso ver um cabelo solto na minha frente que já penso qual penteado quero fazer nele. Adoro estudar tutoriais e testar trança nova em quem aparecer. No meu último encontro de fãs em Vitória, trancei quase todas elas.
Eu me vejo como mulherão, mas confesso que muitas horas não me acho não. A dúvida e a insegurança podem nos paralisar às vezes, nos encurralando ao ponto da gente nem se reconhecer mais. Meu recado para você, mulher, é se cerque de mulheres fortes que não vão te deixar esquecer da sua força e do que você é capaz. Sei que parece clichê, mas juntas somos mais fortes mesmo e vamos mais longe.
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