Tempo seco, falta de chuvas e constantes mudanças no clima. O inverno tem sido marcado não apenas por variações de temperaturas, mas também por uma seca fora do comum, mistura que pode gerar o surgimento de doenças como gripes, resfriados e alergias respiratórias.
O resultado são obstruções nasais, olhos lacrimejando e nariz escorrendo, entre outros sintomas que dificultam a respiração tanto de adultos como das crianças. Só que nos pequenos esses problemas são ainda mais preocupantes.
A médica Elaine de Oliveira Khouri, pneumologista e pediatra, explica que as alergias respiratórias interferem diretamente na qualidade de vida das crianças, influenciando no sono e o paladar, questões importantes para o desenvolvimento.
“Estas comorbidades podem levar os pacientes mais vezes a emergências, faltas escolares, uso de medicações recorrentes, como antibióticos, e alterações na rotina familiar”, alerta.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 30% dos brasileiros têm alguma alergia respiratória, estando a rinite e a asma entre as principais. No caso da população mundial, segundo a Organização Mundial da Alergia, a rinite atinge entre 30 e 40% das pessoas, enquanto a asma é considerada um grande problema de saúde pública.
Identificando as alergias respiratórias
A alergia respiratória é uma resposta aumentada do sistema imunológico para substâncias alérgicas. A médica Elaine explica que eles penetram no organismo através das vias aéreas. Ácaros, poeiras, fungos, pelos de animais e pólens das flores estão entre os principais causadores.
Segundo a especialista, os riscos de não tratar a rinite podem resultar em complicações como episódios de sinusites, conjuntivites, faringites, hipertrofia de adenoide e amígdalas - responsáveis pela apneia obstrutiva do sono, comprometimento da fala, alterações de arcada dentária e distúrbios do crescimento.
Na asma, o descontrole provoca o agravamento das crises, podendo colocar os pacientes em risco a cada episódio, ocasionando até mesmo complicações atelectasias, como é chamado o colapso completo ou parcial de um pulmão, e pneumonias.
Mas é possível identificar as alergias em casa. No entanto, exames laboratoriais são importantes para avaliar as causas.
“Em crianças em idade escolar, a rinite se apresenta com espirros persistentes, coceiras no nariz, olhos, ouvidos e faringe, entupimento nasal, coriza e tosses. Em quadros de asma, elas podem apresentar tosses, falta de ar, cansaço aos esforços físicos e dores no peito. Para ambos, os sintomas acontecem de forma recorrente”, explica a especialista.
Os sintomas podem ser confundidos com os de resfriados comuns, causados por vírus respiratórios. Mas é possível diferenciá-los, em alguns casos, quando aparecem associados à febre, dores no corpo, falta de apetite e queda do estado de saúde geral.
Prevenção
A médica explica que a prevenção da sensibilização em crianças deve começar muito cedo. “O essencial é que seja a partir da menor exposição possível a aeroalérgenos dentro de casa e nas escolas.”
Os cuidados em casa devem ser mais rigorosos durante os tempos secos e mudanças constantes no clima. Além disso, a especialista destaca que uma forma de prevenção, principalmente para recém-nascidos de pais asmáticos e/ou que sofrem de rinite, é o aleitamento materno.
“Evitar tapetes, cortinas e móveis estofados; e manter o quarto bem arejado e ventilado, procurando evitar umidade e mofo e o acúmulo de brinquedos de pelúcia ou pano, mantendo-os e higienizados com frequência, são algumas das medidas necessárias.”, finaliza Elaine.
As crianças sofrem muito com essas mudanças drásticas de temperatura. Então, os pais devem ficar atentos. As emergências pediátricas ficam lotadas nessa época. Cuidem dos pequenos, pois logo logo, a primavera chega e junto dela, a alegria de pais e mães. O tempo quente é o melhor aliado para a saúde das crianças.
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