O kit da Água Camelo transforma água imprópria para o consumo em potávelÁgua Camelo/Divulgação
Após a distribuição dos kits para moradores dessas duas comunidades, houve redução de 87% e 100%, respectivamente, de sintomas relacionados a doenças transmitidas por água contaminada. Os dados foram apresentados pelo fundador da empresa, Rodrigo Belli, durante o painel que discutiu a questão hídrica no Fórum Encadear, evento promovido pelo Sebrae em São Paulo.
Formado em Design de Produto pela PUC-Rio, Belli contou que a ideia do negócio surgiu após um trabalho da faculdade. O desafio consistia em criar um projeto que englobasse a área social e ambiental. "Todo semestre tínhamos que desenvolver um projeto. Quando foi a vez do socioambiental, comecei a estudar sobre o tema e a questão da falta de acesso à água me tocou", conta.
O kit — composto por mochila, filtro portátil, suporte de parede e manual de instruções — permite que os usuários armazenem 15 litros de água e tenham acesso a uma fonte segura do líquido por até dez anos. Ele custa R$ 500 para empresas, mas é entregue gratuitamente aos moradores das comunidades. "Nossa missão é fazer com que o acesso à água de qualidade seja uma realidade para todos", explica Belli.
O sucesso do projeto trouxe notoriedade para a Água Camelo, que também tem como sócios Daniel Ilg Leite e João Manuel Piedrafita. Ela já desenvolveu parcerias com o Flamengo, que comprou 40 kits. "Chamaram a gente por conta do engajamento comunitário, visto que as torcidas se organizam em grupos. Resumidamente, chamamos os torcedores e os engajamos na causa através da distribuição dos kits", contou Belli ao falar sobre a parceria com o clube rubro-negro.
Belli contou que começou sem financiamento e aconselhou os novos empreendedores sobre como firmar parcerias com grandes empresas. "Um erro que cometemos quando começamos foi não conseguir medir os impactos que geraríamos para o cliente. Estude muito antes, porque não dá para chegar despreparado. Pesquise a dor da empresa antes de apresentar um projeto. Procure também por aceleradoras, pois elas foram essenciais para o nosso crescimento", aconselha.
O debate também contou com a participação de Renato Martins, da Malwee, e João Pedro Brasileiro, da Innovation Latam.
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