Paes e Witzel participaram de debate durante campanha no ano passado - João Miguel Júnior / TV Globo
Paes e Witzel participaram de debate durante campanha no ano passadoJoão Miguel Júnior / TV Globo
Por O Dia

Rio - No último debate televisivo antes do segundo turno das eleições deste ano, Eduardo Paes (DEM) intensificou a artilharia contra o adversário Wilson Witzel (PSC). O ex-juiz vem caindo nas pesquisas, apesar de ainda liderar a corrida ao Palácio Guanabara. O debate foi realizado nesta quinta-feira nos estúdios da TV Globo, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.

De acordo com o levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta, o candidato do PSC mantém a liderança com 56% dos votos válidos. Já Paes cresceu cinco pontos percentuais em uma semana e tem 44%.

O ex-prefeito voltou a explorar a relação do adversário com o advogado Luiz Carlos Azenha, condenado por ajudar na fuga do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e tentar subornar policiais em 2011.

Witzel se defendeu, dizendo que não é investigado por lavagem de dinheiro e chamou Paes de "representante do Cabral e do Pezão", optando por manter o tom propositivo.

Paes insistiu em colar a imagem do adversário à de Azenha, explorando reportagem da "Veja", que revelou supostas trocas de mensagens via WhatsApp entre os dois. "Quando você não quer lavar dinheiro, manda um DOC, um TED, não manda comparsa de traficante pegar dinheiro na sua casa", disse.

Apoiadores

Eduardo Paes (DEM) - João Miguel Júnior / TV Globo

O candidato do Democratas retrucou a alcunha de "representante de Cabral e Pezão", dizendo que Witzel é empregado do Pastor Everaldo, presidente do PSC investigado pela Lava Jato, e é o candidato do Prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Paes alegou que mantinha relações institucionais com o ex-governador condenado a 183 anos de prisão.

Pela primeira vez, o ex-juiz criticou o Prefeito do Rio nessas eleições. "Crivella está fazendo péssimo governo". No entanto, Witzel disse que o prefeito "está levantando fraudes deixadas na prefeitura pela gestão de Eduardo Paes".

Em tentativa de nacionalizar o debate, o candidato do PSC declarou que o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL) autorizou a utilização de sua imagem na campanha do ex-juiz. Paes ridicularizou a afirmação.

"Meu Deus do céu, parece uma criança: 'tô feliz que o Flavio Bolsonaro deu autorização'. Tem vídeo dele me elogiando", rebateu Paes, acrescentando que Flavio "vai ser um grande senador".

O momento provocou a maior reação da noite na plateia. Apoiadores do ex-juiz vaiaram e gritaram os nomes de Lula e Cabral, tentando associá-los a Paes, enquanto os apoiadores do ex-prefeito riram e aplaudiram.

Placa de Marielle

Wilson Witzel (PSC) - João Miguel Júnior / TV Globo

Paes prometeu expandir o número de creches no estado. Witzel, por sua vez, disse que deixará a educação infantil para a administração das prefeituras. O ex-juiz disse que vai priorizar escolas técnicas e prometeu não privatizar colégios nem universidades estaduais. O candidato do PSC defendeu ainda o movimento conservador "Escola sem Partido". O candidato do Democratas disse que vai criar o Ensino Médio do Amanhã, com tempo integral.

Em outro ataque, Paes lembrou que Witzel estava presente em um ato em que a placa da vereadora assassinada Marielle Franco foi quebrada, no que chamou de uma cena dantesca. O ex-prefeito ressaltou que Marielle fazia oposição ao seu governo.

Witzel defendeu-se dizendo que não concorda com intolerância. Ele disse que ligou para o candidato derrotado Tarcísio Motta (Psol), do partido de Marielle, e disse que, se eleito, vai investigar "esse homicídio e outros".

Candidatos antes do debate - João Miguel Júnior / TV Globo
Candidatos antes do início do debate - Nayra Halm / Agência O Dia
Candidatos antes do início do debate - Nayra Halm / Agência O Dia

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