Urnas eletrônicas passam por testes de integridade durante este domingo, 2Antonio Augusto/TSE

Alvo de questionamentos frequentes e sem fundamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores, as urnas eletrônicas estão passando por testes de integridade durante este domingo, 2. Uma versão deles está sendo transmitida ao vivo nos canais oficiais dos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o País, mas não atraiu a atenção dos eleitores.

Entre as 11h45 e 12h, o Estadão contabilizou que 231 internautas assistiam à transmissão dos tribunais no Youtube de 23 Estados e do Distrito Federal. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 156 milhões de pessoas estão aptas a votar no País. No TRE-PI, havia uma pessoa acompanhando a auditoria. O canal do TRE-RN recebeu o maior número de internautas: 79.

A maioria dos tribunais eleitorais desativou os comentários das transmissões. Os canais do Rio Grande do Norte e da Bahia liberaram. Eleitores de Bolsonaro enviaram mensagens contra o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escreveram o número do presidente na urna e bordões do atual mandatário.

As urnas eletrônicas passam por diversos testes antes, durante e depois da votação. Uma dessas auditorias é o teste de integridade que ocorre nos Tribunais Regionais Eleitorais no dia da eleição. Neste ano, há ainda uma nova inspeção pedida pelas Forças Armadas, com participação dos eleitores, em 18 Estados e no Distrito Federal.

O processo nos Tribunal Regionais Eleitorais é acompanhado por empresa de auditoria externa. O teste de integridade simula uma votação normal e verifica se o voto depositado na urna eletrônica é o mesmo que será contabilizado pelo equipamento.

A auditoria que está sendo transmitida no Youtube segue o mesmo andamento de uma seção eleitoral comum, como emissão da zerésima (documento que comprova não haver nenhum voto na urna antes da votação) e impressão do boletim de urna (BU), relatório impresso que contém a apuração dos votos armazenados no equipamento.
O Estadão acompanhou o teste e conversou, na saída da seção, com uma estudante que participou do procedimento. O TSE não permite expor os participantes. A eleitora disse não ter conhecimento da existência do teste, mas concordou em participar por "confiar nas urnas eletrônicas". Ela disse ter sido informada pelos servidores da Justiça Eleitoral que o procedimento não anula o seu voto, tampouco interfere na contagem oficial. A jovem ainda recebeu uma cartilha com explicações detalhadas do procedimento.

Os servidores que realizam o procedimento integram órgãos do Judiciário e do Ministério Público (MP, como Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o Tribunal Regional Eleitoral, o TSE e o MP local.
Neste ano, o teste de integridade completou 20 anos. A auditoria ocorre das 8h às 17h.
Militares acompanham teste de urna no DF
Militares e auditores da Controladoria Geral da União (CGU) acompanham em Brasília o teste de integridade de urnas eletrônicas. No DF, a testagem é feita em seis urnas numa escola privada. O procedimento se repete em 18 cidades em todo o País. Também participam do monitoramento dos testes-piloto observadores internacionais, de entidades da sociedade civil e auditores externos de uma empresa privada contratada pelo TSE.

O novo teste das urnas foi montado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois de as Forças Armadas insistirem na necessidade de reforçar a segurança do processo eleitoral, mesmo sem provas de que há risco de fraudes no sistema de coleta de votos e apuração.

No mês passado, o plenário do TSE aprovou proposta do presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, para realização do teste de integridade no modelo reivindicado pelos militares. Até então, os testes eram feitos em urnas pré-selecionadas e que eram levadas aos tribunais regionais para averiguação por servidores da Justiça Eleitoral.
O Ministério da Defesa designou dois militares para acompanhar o procedimento à paisana nos locais de votação. Os oficiais se revezam na cobertura do procedimento, que será realizado até as 17h deste domingo.