Jair Bolsonaro reúne uma multidão de apoiadores em comício realizado no bairro Alcântara, em São GonçaloMarcos Porto/Agência O DIA
"Peço a Deus que livre o Brasil do comunismo. Na Argentina, (Alberto) Fernández prometia churrasco pro povo e agora a inflação é de 100%. No debate de domingo, o ladrão não falou do seu amigo (Daniel) Ortega da Nicarágua, que persegue a Igreja e persegue a mídia. Vamos trabalhar e demonstrar que a grande maioria do povo não quer PT nunca mais. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. No dia 30 eu espero ser reeleito para livrar o Brasil da esquerda e continuar o trabalho que estamos fazendo", disse o presidente em discurso.
No palanque, ao lado de Bolsonaro, também estavam as deputadas federais Clarissa Garotinho (União Brasil) e Soraya Santos (MDB). Além do deputado federal Luiz Lima (PL) e o senador Carlos Portinho (PL).
Durante a chegada do presidente, que ocorreu por volta das 11h, o público gritou frases como: "Eu vim de graça"; "Lula ladrão, seu lugar é na prisão"; "Gonçalense vota no Bolsonaro" e "A nossa bandeira jamais será vermelha". O evento teve início com um salve de palmas para Jesus, seguido do Hino Nacional cantado pela cantora gospel Cristina Mel.
Dentre os apoiadores, o aposentado Wilson Cleber, 68 anos, revelou o motivo de votar novamente no presidente. "Eu acho ele a melhor a opção porque ele é contra o aborto, contra legalização das drogas, contra ideologia de gênero e contra a corrupção", disse.
Outro gonçalense, o empresário Udson Flávio, 33, contou votar no Bolsonaro devido a defesa dos seus princípios. "Ele defende tudo que a gente quer, pátria, família e Deus. Além disso, hoje ele vai ter um parlamento de extrema direita, então ele vai poder governar de verdade", explicou.
Já o militar aposentado Luiz Carlos Amaral, 58, defendeu que o presidente só teve dois anos de governo. "Ele só teve dois anos para trabalhar, porque os outros dois foram de pandemia, enquanto o outro teve 16 anos e afundou o Brasil", comentou.
Outra apoiadora, a funcionária pública aposentada, Marialva Ornelas, 58, relatou acreditar no governo Bolsonaro. "Precisamos dar uma virada nesse país, uma história diferente da que nunca vimos antes, uma oportunidade de elevar a autoestima do Brasil. Eu acredito no capitão."
Na cidade de São Gonçalo, durante o primeiro turno, Bolsonaro saiu na frente. Teve 50,09% dos votos, contra 42,4% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Discurso Bolsonaro e apoiadores
Bolsonaro iniciou o discurso logo após a fala dos seus apoiadores políticos em tom de risada. "Primeiro recado para os homens: manda quem pode, obedece quem tem mulher", disse. Em seguida, o presidente agradeceu à cidade de São Gonçalo e reforçou que a bandeira do país jamais será vermelha, em alusão ao partido do seu oponente.
"É uma grande satisfação voltar ao estado em que comecei minha vida política e um grande orgulho ver a bandeira brasileira voltando a ser valorizada. A nossa bandeira jamais será vermelha. Dia 29 todos nós seremos Flamengo. Dia 30 todos votando Bolsonaro", disse, citando também a final da Libertadores da América, que será disputada no Equador, entre Flamengo e Athletico-PR.
O candidato à reeleição fez ainda uma série de críticas ao PT e comparou suas propostas com a do seu concorrente. Enquanto era ovacionado com gritos de “mito” pelos apoiadores.
"No dia 30 não será apenas a escolha do que queremos pro nosso país, mas sim se queremos o bem do Brasil. Não às drogas. Sim à família. Não à ideologia de gênero. Não à roubalheira. Quando se fala do Complexo de Itaboraí foram R$ 40 bilhões de reais roubados pelo PT. A economia do Brasil vai muito bem. A gasolina é a mais barata. Nós falamos palavrão mas nós não somos ladrões. Empregos vão muito bem e pagamos auxílio Brasil de 600 reais. Teremos um casamento do executivo com o legislativo porque foi eleito um parlamento de centro-direita", disse.
No entanto, antes do discurso do presidente, o evento foi iniciado por Douglas Ruas, o terceiro deputado estadual mais eleito do estado do Rio.
"Quero agradecer a Deus e a todos vocês que estão aqui presentes. Agradeço também pela votação que tive para deputado estadual. Cláudio Castro e Bolsonaro tiveram mais de 50% dos votos na cidade. Temos que ampliar aqui em São Gonçalo para uma vantagem de 20 pontos e fazer o comparativo dos candidatos. Temos um presidente que é a favor da vida e um concorrente que é a favor do aborto, um candidato que entregou 600 reais para a população e um que entregava 82 reais porque estava envolto em corrupção. Graças ao Bolsonaro, o Capitão Nelson fez 200 leitos durante a pandemia e fez a melhor campanha de vacinação do estado do Rio de Janeiro."
Em seguida, a deputada Soraya Santos afirmou que o presidente defende o direito das mulheres. "A gente não cansa de se emocionar vendo essa população. O senhor foi o presidente que mais sancionou projetos para defender as mulheres, quem defende a família defende a mulher. Nós vamos levantar as mulheres para votar 22", exaltou.
Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL) criticou a campanha do Lula que reforça que os mais humildes poderão voltar a comer churrasco de picanha. "Quem é mãe gostaria de ver seu filho com um olho vermelho de tanto fumar maconha? O lado de lá defende a legalização das drogas. Tem um safado mentiroso que diz que vai dar picanha, mas não levou água para o Nordeste", disse.
O prefeito Capitão Nelson foi saudado com gritos de "Uh, uh, é capitão" antes mesmo de iniciar seu discurso. Em 2020, ele foi um dos únicos candidatos no estado que recebeu o apoio de Bolsonaro nas eleições municipais.
"Queria dizer para o nosso Presidente da República que é uma honra recebê-lo aqui e também agradecer ao Cláudio Castro por tudo que está fazendo por São Gonçalo. Nós temos um time que está ganhando. Eu fui vítima de fake news pelo PT, trabalhei 27 anos como policial na cidade e disseram que eu era amigo de traficante, que era miliciano. No prédio do Comperj que o PT fez aqui não serviu pra nada, não aconteceu nada. Quando eu era PM, bandido que queria ser preso, era preso, quem não queria pegava charrete pro além. Esse pessoal quer fechar a igreja católica e evangélica, e o Bolsonaro defende as igrejas. Dia 30 vamos para cima com muito tesão", disse.
Cláudio Castro foi o último a discursar antes do presidente. "O Rio de Janeiro passava por um período de muita dificuldade e nós recuperamos o Estado. Nós elegemos três senadores, um governador e a maior bancada de federais. Mas a missão só estará completa elegendo Bolsonaro e dando 60% dos votos no Rio", finalizou.
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