Rio - Dunga chegou determinado. De volta ao comando da seleção brasileira, o treinador garantiu não poupar esforços para levar a equipe de volta ao caminho das vitórias. Feliz com o retorno e com a total confiança da CBF, que revelou o desejo de manter o técnico pelo menos até a próxima Copa do Mundo, o comandante admitiu a dificuldade que terá pela frente, mas não fugiu da responsabilidade de fazer o Brasil "voltar a ser um dos melhores do mundo".
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"Eu não vou vender um sonho e, sim, uma realidade. E nós vamos conquistar com trabalho duro a cada dia. O torcedor está machucado, mas continua com o carinho. A Seleção ainda representa muito para o torcedor. Nós vamos recuperar a confiança com resultados, não existe outro caminho", disse.
O treinador ainda fez questão de ressaltar os números de sua antiga passagem na Seleção como treinador. Foram 60 jogos, 42 vitórias, seis derrotas e 12 empates: o aproveitamento de 76,6% é totalmente positivo para Dunga.
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"Os meus números na última passagem foram os responsáveis por me trazer de volta ao comando da Seleção. O presidente Marin, o Del Nero e toda a CBF viram isso. Isso não quer dizer que a gente não comete erros, mas temos que reconhecê-los e tentar melhorar isso a todo instante", comentou.
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Mesmo com um alto índice de rejeição dos torcedores, Dunga faz questão de amenizar qualquer tipo de reprovação. O treinador chegou a citar Nelson Mandela para garantir que estará focado para conquistar todos os brasileiros e levar a Seleção ao caminho das vitórias.
"Nelson Mandela tinha tudo contra, mas não usou uma arma e conseguiu reverter tudo. Não sinto essa tamanha rejeição que escuto por aí. É claro que cada um tem sua opinião e cabe a nós mudarmos muitas dessas negativas. Respeito as enquetes, mas também tem pessoas que apoiam. Nem sempre ganha o candidato favorito nas pesquisas. Tenho de buscar energias nos 20% que estão a meu favor e tentar convencer os 80%", analisou.
Saldo da Copa de 2014
A partir da Copa do Mundo, nós não podemos colocar como terra arrasada. Existem coisas a aproveitar. Mas vamos modificar.
Rotina com a imprensa
Eu tenho que aprimorar o meu relacionamento.
Estilo de jogo
O futebol muda a cada instante e a cada dia. O futebol ofensivo, para aquilo que todo mundo entende, é colocar quatro ou cinco jogadores na frente. Mas, na Copa do Mundo, você viu equipes marcando 10 metros atrás do meio de campo.
Força do futebol sul-americano
O futebol mudou. Antigamente, só jogadores brasileiros iam para a Europa, ou argentinos. Hoje, há um intercâmbio maior, e você vê os jogadores colombianos, por exemplo.
Inspiração na Alemanha
Nós gostamos de falar de talento e improvisação, mas também elogiamos muito a organização da Alemanha. Então, precisamos colocar o nosso talento dentro deste planejamento.
Sentimento de retornar à Seleção
Fico feliz de ter uma nova oportunidade. Agradeço a confiança de toda CBF, mas agora a responsabilidade é nossa. Temos que trabalhar e obter os resultados que precisamos. A CBF, o torcedor e até os jornalistas aguardam por um sucesso da Seleção e vamos buscar isso.
Recado aos jogadores
É um trabalho de conscientização. E não só dos jogadores, mas da imprensa e do torcedor também. A gente não pode cair nessa de que somos os melhores. A camisa brasileira é respeitada. Agora, eles tanto nos respeitam que querem ganhar de nós. E nós temos que trabalhar para estarmos melhores a cada dia. Ganhar do Brasil é notícia lá fora. Precisamos estar sempre atentos.
Principais objetivos
Acho que todos os detalhes são importantes. Temos que obter resultados e formar uma seleção para 2018. Essa equipe de agora é muito jovem, mas temos que mesclar um pouco. Temos que passar para o público os dois lados da moeda. O importante é você colocar as coisas nos momentos certos. Você não coloca um jogador só porque ele é novo e sim pela competência dele e pelo seu comprometimento.
'Conversas secretas' de Felipão
Eu acho que as conversas têm que ser como está aqui. Para todo mundo ouvir. Os seus colegas jornalistas e os torcedores têm que saber das ideias. Eu vou estar pronto para ouvir as sugestões de tudo o que for em prol do futebol brasileiro.
Elogios para a campeã do mundo
A Alemanha sempre foi organizada, sempre teve planejamento. Eles sempre deram importância para o esporte em geral, para a formação do atleta e do ser humano. Sempre foi assim. Agora, os alemães conseguiram uma geração ótima e deu-se tempo para trabalhar. E foram campeões com amplo merecimento.
Tudo igual nos bastidores
Eu cumpri tudo o que foi combinado. Não vou mudar minha essência, que é o trabalho e o comprometimento. As coisas têm que ser estudadas, colocadas no papel.
Trabalho no Inter
Fui trabalhar no Internacional porque achei que deveria dar continuidade no local que comecei minha carreira. Conquistei o que todos sabem, que foi o Campeonato Gaúcho e um bom retrospecto no clube. Não tive nenhum problema lá dentro e continuo tendo total respeito lá dentro.
Propostas além da Seleção
Eu não sou de querer colocar no jornal que fui procurado. Mas tive ofertas de vários clubes. Neste período que fiquei fora, assisti a muitos jogos e fiz muitas viagens, mas, principalmente, falei com muitas pessoas com uma visão diferente do futebol.
