Rio - A Odebrecht deve responder nos próximos dias qual empresa ficará no seu lugar com a concessão do Maracanã. E essa novela que já se arrasta desde o fim dos Jogos Olímpicos Rio 2016, ganhou mais um capítulo nesta terça-feira. O consórcio composto por CSM e GL Events, parceiro de Fla e Flu na disputa pela concessão do estádio, desistiu da negociação por conta das exigências.
Assim, o grupo francês Lagardère se tornou o único interessado em assumir o repasse da concessão do estádio. Uma proposta formal foi entregue na última segunda-feira para a Odebrecht. A informação da desistência foi publicada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal 'O Globo', e confirmada pelo DIA.
A GL Events informou, através de sua assessoria de imprensa, que a empresa desistiu de concorrer pois acreditava que não existe segurança jurídica nos moldes atuais do contrato. A empresa continua com o desejo de gerir o estádio se houver mudanças nas contrapartidas da concessão.
Clubes aguardam definição
Diversas vezes o Flamengo deixou claro que não jogaria no estádio se a empresa Lagardère fosse a dona da concessão. Em nota oficial divulgada recentemente, o rubro-negro defendeu uma nova licitação.
"O Flamengo reitera que não jogará no Maracanã caso o estádio venha a ser gerido por entidades hostis ao clube e incompatíveis com nossos princípios. Como informado anteriormente, o Flamengo acredita que uma nova licitação é o melhor caminho para a gestão do Maracanã, embora admita a hipótese de firmar uma parceria com os novos concessionários no caso de transferência, caso a negociação se dê com empresas idôneas e num processo transparente e republicano", diz um trecho da nota do Flamengo.
O rubro-negro deve concentrar suas atenções na Arena da Ilha do Governador, já que não poderá levar jogos do Campeonato Brasileiro para fora do Estado do Rio de Janeiro, segundo decisão dos clubes da Série A em reunião.
Pela parte do Fluminense, o presidente Pedro Abad já falou em diversas entrevista que esperava uma rápida solução para o problema do Maracanã. O mandatário tricolor recentemente defendeu o contrato que tem vigente com a Odebrecht.
"É lamentável constatar que o Maracanã esteja num estado de conservação tão ruim. Temos um contrato em vigor, válido por 32 anos e esperamos que o mais rapidamente possível esta situação possa ser resolvida - afirmou Abad, através de sua assessoria.
A diretoria tricolor tinha um acordo verbal com as duas empresas que concorriam a concessão. Agora, aguarda a decisão da Odebrecht. Além disso, o Fluminense tem um contrato com o América para utilizar o estádio Giulite Coutinho durante o Brasileiro de 2017.
Reportagem de Luis Araujo.