Alinhado com o futebol, Tite dribla atrito com Caboclo e perseguição de bolsonaristas
Treinador tem blindado o grupo e focado na irretocável campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas
Tite admitiu o momento turbulento da CBF, mas manteve a promessa de esclarecer a polêmica sobre a Copa América após o jogo contra o Paraguai - Lucas Figueiredo/CBF
Tite admitiu o momento turbulento da CBF, mas manteve a promessa de esclarecer a polêmica sobre a Copa América após o jogo contra o ParaguaiLucas Figueiredo/CBF
Por O Dia
Porto Alegre - Presente na coletiva de imprensa da seleção brasileira nesta segunda-feira, Tite escolheu o caminho da bola. Bem informado, admitiu a gravidade da denúncia de assédio moral e sexual contra o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, mas evitou se aprofundar no caso. Na linha de tiro de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após contestar a realização da Copa América no Brasil, que registra de mais de 470 mil mortes na pandemia do novo coronavírus, o treinador evitou o confronto, por ora.
"Técnico de futebol tem que estar alinhado com o futebol", disse Tite.
O afastamento de Rogério Caboclo pelo Comitê de Ética da CBF diminuiu os ruídos de comunicação nos bastidores. A possível demissão de Tite, costurada com o presidente da República, Jair Bolsonaro, perdeu força e fortaleceu a decisão dos jogadores de disputar a Copa América, no Brasil, com estreia marcada para domingo, contra a Venezuela, às 18h, no Mané Garrincha, em Brasília. O foco, no entanto, está confronto com o Paraguai, nesta terça-feira, às 21h30, em Assunção, pelas Eliminatórias da Copa de 2022, no Catar.
"O tempo das manifestações é o nosso tempo, o que nós entendemos ser correto, quando falo nós, é comissão técnica e atletas. Temos orgulho muito grande da conduta que temos, do respeito que temos a esse momento e ao nosso. Quero sim, estar de corpo e alma, fazendo o melhor trabalho possível. Queremos jogar bola e fazer um grande jogo contra o Paraguai", driblou Tite.
Em estado de paz, o treinador, cascudo, tem se esforçado para blindar os comandados em meio ao turbulento momento político na CBF, que culminou com o afastamento provisório do presidente Rogério Caboclo. O prometido manifesto sobre a posição da Seleção, comissão técnica e jogadores, será revelado no pós-jogo contra o Paraguai.
"Estou em paz. Estou em muita paz. Tenho muita paz pelas pessoas que tenho em volta, pelo grupo de pessoas energizando. Às vezes eu perco e alguém me retransmite, família ou amigo. Muito discernimento na conduta do nosso trabalho", disse Tite.
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