Yuriy VernydubDivulgação/Sheriff

Kiev (UCR) - Cinco meses depois de fazer história no comando do Sheriff Tiraspol, da Moldávia, com uma vitória por 2 a 1 sobre o Real Madrid, na Liga dos Campeões, o técnico ucraniano Yuriy Vernydub se juntou às Forças Armadas para defender sua terra natal da invasão russa em curso desde a semana passada. Uma foto que ganhou repercussão nas redes mostra ele vestido com trajes militares ao lado de dois homens.
De acordo com o portal de notícias ucraniano UA Football, o treinador foi designado para a brigada de artilharia. Jogador do Sheriff, o zagueiro peruano Gustavo Dulanto confirmou a ida do comandante à Ucrânia em publicação no Twitter, na qual escreveu: "Que Deus proteja meu treinador Yury que foi para a Ucrânia".
O jogador também explicou como está a situação na Moldávia, pequeno país do Leste Europeu, localizado entre a Ucrânia e a Romênia. "Está tudo normal aqui. Minha família e eu estamos bem, mas incertos de que isso pode continuar mais para frente. Estamos preparados para qualquer situação que nos obrigue a sair daqui", escreveu o peruano.
Dulanto era um dos jogadores que estavam em campo na inacreditável vitória sobre o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, pela segunda rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Depois disso, o time perdeu três jogos e empatou um, por isso acabou eliminado, mas deixou sua marca.
Na semana passada, quando o conflito na Ucrânia estava começando, o Sheriff caiu também na Liga Europa, após derrota para o Braga. No retorno à Moldávia, Yuriy Vernydub comunicou que queria voltar para seu país, como havia adiantado ainda em Portugal, onde foi a partida.
"Quando chegar à Moldávia, vou pedir para voltar à Ucrânia. Disse para a minha família que, se eles precisassem de minha ajuda, estaria sempre com eles. Queria deixar algumas palavras de apoio ao povo ucraniano: estou orgulhoso das pessoas que defendem o país", afirmou o treinador na ocasião.
Vernydub é apenas um dos nomes do esporte que se colocaram à disposição para o combate. Vasyl Lomachenko, boxeador campeão mundial e bi olímpico, também se alistou ao exército ucraniano, assim como o tenista Sergiy Stakhovsky, que já foi 31ª colocado da ATP e é conhecido por ter eliminar Roger Federer em Wimbledon, em 2013.
Enquanto isso, profissionais do esporte de outras nacionalidades têm se manifestado contra a invasão. É o caso do treinador alemão Markus Gisdol, que deixou o cargo de manager do Lokomotiv Moscou, da Rússia, nesta terça-feira. "Não posso ficar em um país cujo líder invadiu outro país no meio da Europa", disse ele em entrevista ao jornal Bild.