Uniformes do Império Serrano trarão homenagens a nomes importantes para a agremiaçãoPedro Siqueira/Império Serrano

Rio - O Império Serrano Esporte Clube lançou nesta quarta-feira (11) a sua nova linha de uniformes para a temporada 2022. Com referência às raízes imperianas, o time do Menino de 47 vai levar a campo Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara e Seu Zé Pelintra, entidade difundida pela Umbanda e popularizada no Rio de Janeiro por sua alma boêmia, em busca do acesso na Série C do Campeonato Carioca.
O designer Marcelo Paes foi o responsável pela criação de cada uniforme. Ele explicou um pouco da ideia para que pudessem chegar ao produto final, num projeto que exalta a alma do Subúrbio.
"Há um vínculo afetivo meu com o bairro de Madureira e com a escola de samba, que eu frequentei desde a minha infância. A ideia, quando recebi o convite de elaborar as camisas, foi justamente celebrar a cultura suburbana carioca, sua iconografia e seus baluartes, através do legado do próprio Império Serrano, uma instituição repleta de gente bamba", afirma Marcelo.
Os uniformes
A camisa listrada nº 1 faz alusão ao cantor e compositor Arlindo Cruz. Ela, que tem listras em verde e branco, contém detalhes clássicos, além do banjo - marca registrada do artista - e do machado de Xangô, orixá do poeta imperiano. Na manga esquerda, também há o verso “Vai buscar o meu banjo”, música que compõe o álbum “Pagode do Arlindo”, de 2003.
Já a camisa nº 2, de predominância branca, homenageia Dona Ivone Lara, que completou o seu centenário no último mês. Enredo do Império Serrano em 2012, a grande dama do samba foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma agremiação carnavalesca, sendo autora do clássico “Os cinco bailes da história do Rio”, ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau, em 1965.
Os goleiros imperianos vão utilizar a camisa denominada “Quem me protege não dorme”, que faz referência a Zé Pelintra. Entidade da Umbanda, Seu Zé ganhou popularidade no Rio de Janeiro por sua imagem ligada à malandragem e à boêmia. No manto dos arqueiros imperianos, uma vermelha e outra preta, há referências ao homenageado, com uma guia formada por dados, navalhas e o seu tradicional chapéu panamá.
Já as camisas da comissão técnica e de viagem fazem alusão a São Cosme e São Damião, padroeiros dos médicos, farmacêuticos e das crianças. O Mercadão de Madureira, importante centro comercial da região, é um dos principais pontos de venda de doces para a festa dos santos gêmeos. Por isso, na esquerda, estão as estampas dos seus tradicionais saquinhos, com as palmas de Cosme e Damião e a espada de São Jorge dos Ibejis, formando um arranjo que simboliza o sincretismo, no lado oposto.
Estreia no campeonato
Embalado pelo título da Série Ouro do Carnaval e o retorno ao Grupo Especial, o Império Serrano agora quer o título dentro de campo. Pela segunda temporada seguida, o time do Reizinho de Madureira vai disputar a Série C do Campeonato Carioca, equivalente à quinta divisão. Em 2021, o acesso bateu na trave ao ser eliminado na semifinal da competição. Para 'dar samba' neste ano, foi mantida a base da última temporada além do técnico Marcelo Mariano, que fez um balanço da pré-temporada do time.
"A preparação do time foi ideal pois estamos treinando há dois meses. Começando com foco na parte física e, depois, inserimos os trabalhos técnicos e táticos. Fomos evoluindo, realizamos uma série de amistosos para condicionar o time a situações de jogo e estamos bem preparados", afirma.
O primeiro compromisso do Império Serrano é nesta quinta-feira, às 10h, no Estádio Joaquim de Almeida Flores, em Nilópolis, diante do Caac Brasil.