Presidente da Fifa, Gianni InfantinoAFP PHOTO / Kirill KUDRYAVTSEV

A Tunísia pode ser punida pela Fifa por racismo em amistoso com a seleção brasileira, ocorrido na última terça-feira, em Paris. A partida, que foi vencida pelo Brasil por 5 a 1, foi manchada no momento em que uma banana foi arremessada no gramado durante a comemoração do segundo gol da equipe, marcado por Richarlison. Conforme publicou o site "Uol", especialistas afirmam que, por conta da gravidade, o caso pode ter desdobramentos, e uma eventual sanção à seleção africana pode acontecer.
"A Fifa, na qualidade de entidade máxima do futebol, é responsável pela normatização, a nível mundial, das orientações a serem observadas dentro e fora de campo. Em relação aos recentes, constantes e lamentáveis episódios de racismo, a responsabilidade da entidade nos esforços para combater tais atitudes, que é reconhecida em seus próprios Estatuto e Código de Ética, inevitavelmente vem à tona. Na última versão de seu Código Disciplinar, a Fifa inaugurou uma espécie de 'tolerância zero' ao racismo, assumindo importante papel de proteção aos direitos fundamentais dos atletas e demais envolvidos nas competições ao exigir que suas normas sejam replicadas pelas entidades de administração do desporto a ela vinculadas", explicou o advogado especialista em direito desportivo, Carlos Henrique Ramos.
Além disso, a advogada também especialista em direito desportivo, Luiza Soares afirmou que "uma vez sendo instaurado o procedimento disciplinar, caso entendido que o torcedor ou grupo de torcedores responsável pelo ato racista estava (ou deveria estar) no estádio torcendo para a Tunísia e se não houver esforços daquela federação para sua identificação e devido julgamento, assim como o ânimo de comprometer-se no combate ao racismo, a Seleção da Tunísia poderá vir a sofrer as sanções que determinam os regramentos da Fifa, sendo a mais gravosa a exclusão de competições oficiais".
Após o jogo, o técnico Tite comentou o episódio e cobrou punições aos envolvidos: "No futebol não vale tudo. Lugar de estádio não é para fazer o que se quer. O processo de educação e punição tem que ser, também, dentro do estádio, também com torcida. Ninguém tem exposição pública a estar tomando qualquer que seja a situação. Que os órgãos responsáveis tomem a devida providência. É educação daquilo que são os jovens, nossos filhos, nossos netos, e é de punição a quem faz as coisas erradas", disse o treinador da seleção brasileira.
Segundo o portal "ge", no momento do ato racista, funcionários da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tentaram identificar o responsável, mas não conseguiram encontrá-lo.