John Textor, dono de 90% da SAF do BotafogoVitor Silva / Botafogo

Rio - O julgamento de John Textor, dono de 90% da SAF do Botafogo, por não apresentar provas de que houve manipulação no futebol brasileiro não acontecerá mais nesta segunda-feira, 15. Isso porque o auditor relator Miguel Ângelo Cançado, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), retirou o processo de pauta. Em entrevista à rádio Tupi, neste domingo, ele explicou a decisão.
"Tirei o processo da pauta de amanhã por dois motivos. Primeiro, entendo que preciso fazer uma melhor análise do processo em que consta a denúncia e dos outros processos que envolvem a questão. Além disso, tenho um compromisso profissional em Goiânia que me impede de participar da sessão. Na próxima sessão da 1ª Comissão ele volta na pauta", disse Miguel Ângelo Cançado.
Como Textor não apresentou provas ao tribunal, a Procuradoria o denunciou em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). São eles:
- O artigo 220-A (inciso I), que se refere à "deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares".
- E o artigo 223 fala sobre "deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão, resolução, transação disciplinar desportiva ou determinação da Justiça Desportiva". Cada artigo prevê pena de multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Ida à Polícia Civil e entrega de provas

Textor foi intimado a depor à Polícia Civil por causa das acusações de manipulação no futebol brasileiro. Ele foi ouvido no dia 3 de abril, uma quarta-feira, em depoimento que durou pouco mais de três horas.
Na última sexta, ele entregou à Polícia Civil as provas que diz ter sobre manipulações de resultados no futebol brasileiro. O Ministério Público e a Polícia Civil, por meio da Delegacia do Consumidor (Decon), apuram o caso. As investigações estão sob sigilo.

Outro julgamento

Na última terça-feira, o STJD começou a julgar Textor pelas declarações que o empresário deu após a derrota de virada do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3. Na ocasião, o americano criticou abertamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e chegou a pedir a renúncia do presidente Ednaldo Rodrigues.
Este julgamento, porém, foi adiado após o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua, pedir vista do processo.