Nenê é o capitão do JuventudeGabriel Tadiotto/E.C. Juventude

Rio - O meia Nenê, ídolo do Vasco e capitão do Juventude, revelou que iniciou um movimento, em um grupo de WhatsApp, para buscar apoio dos outros 19 capitães dos clubes da Série A pela paralisação do Campeonato Brasileiro. O camisa 10 acredita que a tragédia no Rio Grande do Sul merece uma mobilização maior no mundo do futebol. Até o momento, a CBF optou apenas por adiar os jogos dos clubes gaúchos até 27 de maio.
"Fiz um texto e mandei no grupo de capitães dos clubes da Série A. Antes do campeonato, tivemos uma reunião com a CBF, envolvendo todos. E agora tentei dar esse start. Temos uma força muito grande e, se a gente se unir, podemos fazer algo para ajudar. Vamos buscar essa mesma direção. Eu imaginei que a CBF iria paralisar o campeonato. Como teve a reunião e não houve esse consenso, tentei, a partir disso, falar com os capitães e mudar a rota. Tem cidades que ainda estão sendo inundadas agora, caso de Pelotas. Não tem clima nenhum", declarou o jogador de 42 anos à TNT Sports.
Boa parte dos outros capitães se solidarizaram com Nenê. No entanto, ainda não há sinais de que a iniciativa avançará.
"Já tivemos conversa ontem com alguns jogadores e disseram que eles não estão na nossa pele, digamos assim, que não estão perto da situação, vivendo realmente isso. Então, com certeza, o que a gente puder estar direcionando, e alguns já estão de acordo ou tentam fazer alguma coisa para que possamos ajustar isso daí, tentar a paralisação, pois eles estariam conosco", disse Nenê.
"Por mais que a chuva parou um pouco, o nível da água está muito alto, a destruição foi muito grande. Então, gostaria de ter esse momento para fazer um apelo, juntar os clubes e tentar parar. A vida vai além do futebol e não estou com clima nenhum para jogar e treinar. Por mais que a gente faça muitas coisas para ajudar, estão vindo doações do Brasil inteiro, nos sentimos impotentes", completou.
Segundo a Defesa Civil, as enchentes que castigam o Rio Grande do Sul já deixaram 107 mortos e ao menos 136 pessoas desaparecidas. Mais de 160 mil gaúchos ficaram desalojados.