Exclusivo
Destaque do Al-Jazira e torcedor do Flamengo, Bruno Conceição quer pegar o Palmeiras na final do Mundial: 'Se depender de mim, eu vou vingar'
Com apenas 20 anos, o atacante brasileiro é uma das armas da equipe para ter sucesso na competição; em entrevista ao Jornal O Dia, o jovem contou detalhes da vida nos Emirados Árabes e da preparação para o torneio
Bruno Conceição revelou ser torcedor do Flamengo - Divulgação Al-Jazira
Bruno Conceição revelou ser torcedor do FlamengoDivulgação Al-Jazira
A história de vida de Bruno Conceição tem roteiro de cinema. Aos 18 anos, ele decidiu deixar família e amigos e se arriscou no mundo da bola nos Emirados Árabes. Depois de um período dificil de adaptação, superou os desafios, se tornou destaque do Al-Jazira e é a principal peça do setor ofensivo da equipe que disputará o Mundial de Clubes 2022 em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
O primeiro desafio é nesta quinta-feira (3) diante do AS Pirae, do Taiti, às 13h30 (horário de Brasília), pela Primeira Fase da competição. Claro que o objetivo é chegar à final e ser campeão. Mas Bruno Conceição tem um desejo a mais: vingar o Flamengo, seu clube de coração, na decisão diante do Palmeiras, pois o time paulista venceu a equipe carioca na Libertadores e por isso disputará o Mundial.
"Rapaz... se depender de mim, eu vou vingar (risos). Eu quero isso. Imagina isso. Já pensou? Seria um sonho. É difícil e complicado, mas seria um sonho."
Essa foi uma parte da entrevista que Bruno Conceição concedeu ao Jornal O Dia. Além da expectativa para o Mundial, o atacante do Al-Jazira falou sobre os momentos difíceis nos primeiros meses de Emirados Árabes, a relação dos "sheiks" com os atletas, revelou a vontade de se naturalizar emiradense, disse que até pensou em voltar ao Brasil, mas desistiu depois que caiu o primeiro salário, e contou da relação fraterna que tem com Keno, atual jogador do Atlético-MG com quem conviveu durante muito tempo.
VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA COM BRUNO CONCEIÇÃO:
Em algum momento pensou em voltar para o Brasil?
"Já pensei várias vezes em voltar para o Brasil por conta da saudade. Eu sou um 'moleque' muito apegado à família, mas também consigo fazer amizades de maneira rápida, o que me ajudou por aqui. Mas no começo, no primeiro mês, eu falei que não ia dar, liguei para a minha família, para o meu pai e mãe e disse que não ia dar, eles me mandavam áudio chorando. Mas depois que o primeiro salário caiu na conta isso diminuiu (risos)."
Soube que Keno (hoje no Atlético-MG) te ajudou demais na adaptação. Verdade?
"O Keno foi o meu pai aqui. Eu vou ser muito grato a ele pelo resto da minha vida. Continuo trocando ideia com ele. Ele é um cara sensacional."
Você acha que os brasileiros topam o desafio de atuar no Mundo Árabe apenas pelo lado financeiro?
"Eu acho que sim. Eles pagam bem e não atrasam salário. Eu, por exemplo, 'moleque' novo, com 20 anos, ganhando bem. Não vou pensar duas vezes. Acho que a maioria vem para ganhar dinheiro mesmo."
Como o Al-Jazira chega para a disputa do Mundial?
"Expectativa muito grande. Muito mesmo. É um campeonato com muita visibilidade. A imprensa está falando muito do possível duelo com o Al Hilal, nas quartas de final, mas estão esquecendo que ainda temos que passar pelo AS Pirae (time do Taiti)."
Os "sheiks" do Al-Jazira estabeleceram alguma meta interna para vocês no Mundial?
"A gente quer chegar à final. Difícil é, mas não é impossível. A gente vai tentar. Eu estou com uma expectativa muito boa para essa competição."
E quem é o favorito para conquistar o título?
"Para mim? É o Chelsea."
Mas o europeu não dá tanta importância ao Mundial. Nos Emirados Árabes dão?
"O pessoal aqui dá muita importância. Muito mesmo. Eles estão falando sobre essa competição há muito tempo."
O fato de ser brasileiro faz com que você seja muito cobrado pela imprensa local?
"Por incrível que pareça não. Graças a Deus (risos). Acho que não me cobram tanto pelo fato de eu ser muito novo, com 20 anos. Pode ser por isso."
Os sheiks prometem prêmios extras, como carro ou joias, caso vocês conquistem o título do Mundial?
"De carro ainda não ouvi não. Questão de bônus eles falam, sim. Não sei de quanto, mas eles falam, sim. Aquele incentivo (risos)."
Atualmente você é residente nos Emirados Árabes. Pensa em se naturalizar cidadão emiradense?
"Penso, sim. Tenho vontade. Eu cheguei muito novo e os caras abriram as portas para mim. Eu tenho muita vontade, sim. Eu não penso em voltar ao Brasil tão cedo. Quero ficar."
Você acompanha o futebol brasileiro?
"São sete horas de diferença e mesmo assim eu assisto. Eu sou flamenguista. Quando tem jogo do Flamengo, mesmo de madrugada, eu assisto nem que seja o primeiro tempo. Acompanho muito."
Você é Flamengo, acompanha o futebol brasileiro, vai disputar o Mundial e pode encarar o Palmeiras na final. Não existe a vontade de vingar o Flamengo diante do time paulista?
"Rapaz... se depender de mim eu vou vingar (risos). Eu quero isso. Imagina isso. Já pensou? Seria um sonho. É difícil e complicado, mas seria um sonho."
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.