Contratada pelo Fluminense em abril, a meia Juliana Oliveira disputou sua primeira competição pelo Tricolor das Laranjeiras e já se sente em casa. Enquanto se adaptava à dinâmica da equipe carioca, a jogadora de apenas 23 anos atuou pelo Brasileirão Feminino A2 e foi peça importante no meio-campo do elenco. A versatilidade de seu jogo vem do fato da paulista de Barueri ter jogado em quase todos os cantos do país, de Foz do Iguaçu ao Nordeste.
Adaptada, Juliana está pronta para no próximo mês ajudar o Tricolor a superar os vice-campeonatos das três últimas edições do Campeonato Carioca, rumo ao primeiro título estadual. A jogadora gosta de atuar como meia ou segunda volante para cadenciar e organizar o jogo.
“O Campeonato Brasileiro e o período de treinamentos foram bons para mim, porque consegui pegar o ritmo e identificar o que a equipe precisa de mim. Espero conseguir ajudar minhas companheiras com assistências, passes decisivos e gols no carioca. É muito legal ter a experiência de vestir a camisa de um clube tão grande e vamos em busca da grandeza própria da equipe feminina que passa por boas atuações e títulos”, diz a meia.
Apesar da pouca idade, Juliana passou por diversos cantos do Brasil com seu futebol antes de chegar ao Rio de Janeiro. Jogando bola desde pequena e inspirada no pai, que era jogador profissional de futsal, teve seu primeiro contato com um time feminino quando fez uma peneira no futsal da Portuguesa aos 15 anos, em 2013.
Entretanto, a paulista pegou gosto pelo futebol e sua carreira como jogadora já iniciou diferente quando, aos 16 anos, ela saiu de casa para jogar na equipe de base do Foz do Iguaçu e morar sozinha nas dependências do clube. Durante seu tempo lá, Juliana teve uma experiência ímpar na vida de um jogador que foi treinar na usina hidrelétrica de Itaipu, onde há um CT da equipe. “Achava aquilo muito legal eu e minhas companheiras dentro da usina de Itaipu treinando. Para mim, foi uma experiência única que poucas pessoas terão a oportunidade de vivenciar”, relata.
Aos 18 anos, em 2017, Juliana assinou seu primeiro contrato profissional com o São José e ficou cerca de um ano no tricampeão da Libertadores. Depois, voltou para o sul para atuar pelo Avaí/Kindermann (SC) e logo recebeu proposta do Ceará (CE), onde foi jogar em 2019 na terceira região do país em sua carreira. No final do mesmo ano, Juliana ampliou seu portfólio ao pousar no Centro-Oeste para assinar com o Minas Brasília (DF), onde ficou um ano. Em 2021, aos 22 anos, Juliana se transferiu para o Athletico (PR) a pedido da ex-jogadora Rosana.
“Julgo que minha passagem por diferentes regiões do país beneficiou a minha formação como jogadora, pois sinto que carrego comigo um pouco do estilo de jogo praticado em cada lugar e isso me ajuda quando preciso me adaptar a uma nova realidade ou me reinventar em campo”, comenta a meio-campista do Fluminense.
Embora não tenha sido apoiada no início de sua jornada no futebol, Juliana conseguiu conquistar ao longo dos anos a aprovação de sua família, que passou a gostar da ideia e, hoje, faz de tudo para que a jogadora tenha o máximo de sucesso na carreira.
A meia acumula passagens por grandes clubes de diferentes regiões do país e três convocações para a Seleção Brasileira, em 2018. Ela ainda estava cotada para ser convocada para a Copa do Mundo Sub-20 naquele ano, mas acabou não saindo na lista final devido ao rompimento do ligamento do tornozelo esquerdo pouco tempo antes do torneio.
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