Infantino rebateu críticas à Copa do Mundo do CatarFoto: AFP
"Tendo em conta o que nós, europeus, andamos fazendo nos últimos três mil anos, devíamos pedir desculpas pelos próximos três mil anos antes de começar a dar lições de moral. Se a Europa realmente quisesse saber destes jovens, faria como o Catar: criaria canais legais, albergando uma percentagem desses trabalhadores. Isto significa que não deveríamos apontar o dedo ao que não funciona. Estas lições de moral num só sentido são apenas hipocrisia", disse o líder do órgão máximo do futebol, este sábado, no seu discurso de abertura da Copa do Mundo.
Ainda no discurso, Infantino fez questão de garantir que compreende o que sentiam muitos dos afetados pelo regime catari.
"Hoje me sinto catari; hoje me árabe; hoje me sinto africano; hoje me gay; hoje me deficiente; hoje me um trabalhador migrante. Claro que não sou catari, árabe, africano, gay ou deficiente. Mas me sinto como tal, pois sei o que é ser discriminado, como estrangeiro num país diferente. Quando criança, na escola, o que fiz? Olhei para o chão e fui para o quarto chorar. Depois tentei criar lanços e fazer amizades. É isto que deveríamos fazer. Quando criança, fui discriminado (na Suíça) porque era ruivo e tinha sardas, era italiano e não falava bem o alemão", acrescentou.
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