Em sua terceira Copa do Mundo, Neymar tem mais uma oportunidade de fazer valer o status de craque e ficar marcado pelo que faz em campo, no que pode ser sua última, aos 30 anos. A começar pela estreia da seleção brasileira contra a Sérvia, nesta quinta-feira (24) às 16h (de Brasília), no Estádio Lusail.
Sempre considerado o grande talento que levaria a seleção brasileira ao hexa, Neymar ainda não conseguiu transformar toda a expectativa em realidade na Copa do Mundo, e acabou marcado mais pelas questões fora dele.
Desta vez, com uma equipe recheada de talentos e forte coletivamente, o camisa 10 não terá o peso da 'Neymardependência' das outras duas edições.
"Tomara que seja a hora do brilho dele. Com certeza, se todos estiverem bem, vão ajudar muito ele e a Seleção. O rótulo e a pressão são inevitáveis, sempre foi assim desde que ele chegou à Seleção. Neymar chega na Copa em uma forma física excelente. Ele chegou bem e feliz. Como eu sempre falo, ele não tem que levar o peso só para ele. Vamos dividir", disse Marquinhos.
Da decepção em 2010 à esperança em 2014
Antes mesmo de estrear em Copas, o jogador dominou as discussões por não ter sido chamado por Dunga em 2010. Naquela época, dividiu os holofotes com o então companheiro de Santos Paulo Henrique Ganso, também fora da lista.
Já em casa, em 2014, Neymar era um dos grandes destaques do mundo jogando pelo Barcelona. E aos 22 anos teve o peso de levar o time e toda a torcida rumo ao título em casa.
Numa Seleção sem padrão tático e muito abalada psicologicamente com a pressão, o camisa 10 teve brilho, com quatro gols e uma assistência. Mas ficou marcado pela comoção popular e do grupo ao ser cortado após sofrer uma joelhada de Zuñiga, da Colômbia nas quartas de final, ficando fora da derrota histórica por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal.
Mal em 2018, Neymar chega em grande forma ao Catar
Quatro anos depois, ele não chegou à Rússia bem fisicamente. Afinal tinha passado por cirurgia no pé direito quatro meses antes da Copa do Mundo e não estava 100%. Para piorar, ficou mais marcado pelas simulações de faltas na fase de grupos, o que gerou críticas, e pela variedade de cortes de cabelo.
Também sofreu muitas faltas por segurar demais a bola. Sem brilho, terminou a edição de 2018 com dois gols e duas assistências.
Desta vez, no Catar, Neymar chega em ótima condição física e em boa fase pelo PSG. Além disso, mesmo sendo o principal nome mais uma vez, a Seleção não depende apenas de seu talento. O camisa 10, que jogará como meio, tem nos companheiros um bom suporte desta vez, com outros nomes de destaque, como Vini Jr.
"Copa do Mundo é o meu sonho maior, vou ter mais uma oportunidade e espero conseguir. Eu tento ser o mais pé no chão possível para ser normal. Eu sou um ser humano com sentimentos. Mas não sinto muita pressão e uso isso como força", disse Neymar em entrevista ao jornal britânico 'The Telegraph'.
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