José Roberto WrightReprodução / Internet

Ao ler atentamente a matéria da Folha de São Paulo que destaca o desejo do Wilson Luiz Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, de deixar os microfone nos árbitros ligados durante os 90 minutos das partidas, alguns questionamentos logo surgiram sobre as consequências e desdobramentos que tal medida traria para o contexto do futebol. Assim como foi com o VAR, tudo que é novo gera muita repercussão e muita crítica. Mas, embora isso não seja algo inédito, acredito que as consequências gerariam mais fatores negativos que positivos.
O fato de se ter um microfone ligado durante toda uma partida de futebol não é algo inédito, pois em 1982 o, então árbitro, José Roberto Wright usou desse artifício num jogo entre Flamengo e Vasco, que gera polêmica até os dias atuais. Mas o desejo de Seneme vai além, pois o mandatário deseja disponibilizar o áudio dos juízes em tempo real para as emissoras detentoras dos direitos de transmissão.
Levando em consideração que, no calor dos jogos, as discussões acontecem sempre de maneira bastante acintosas, tal medida permitiria que gravações contribuíssem para punição de jogadores após o apito final?! Mais que isso, árbitros seriam penalizados por omissão ou falta de aplicação da regra?! É verdade que trata-se de um teste que será lançado de maneira pioneira no Brasil, mas vejo tudo isso com um sinal de alerta, pois acredito que não acabariam os problemas da arbitragem no futebol e, consequentemente, aumentaria a exposição dos nossos árbitros que já são tão mal vistos e julgados.