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Por O Dia

Argentina - Entre os anos 60 e 80 do século passado, a América do Sul teve regimes militares, em alguns dos seus países. Conhecidos pelo autoritarismo, esses governos ameaçaram e perseguiram cidadãos comuns e até pessoas públicas. Um deles foi Ubaldo Fillol. Considerado um dos maiores goleiros da história da Argentina, ele revelou ter sido ameaçado por militares ligados a Carlos Lacoste, um dos líderes da sanguinária ditadura argentina no fim da década de 1970.

Campeão do mundo em 1978, Fillol, teve passagem pelo Flamengo nos anos 1980. O ex-goleiro revela a perseguição da ditadura argentina no livro ''El Pato'', autobiografia lançada por ele, neste ano. Segundo Fillol, Lacoste era o militar responsável pela organização da Copa de 1978 e exercia muito poder no River Plate, clube que Fillol defendeu de 1973 a 1983.

O militar teve uma discussão com Fillol em 1979 e afirmou que o ex-goleiro deveria reduzir o seu salário no River. O argentino ignorou a pressão, mas em um amistoso pela seleção, Lacoste ignorou o goleiro ao cumprimentar os jogadores na partida. Logo depois, o almirante chamou Fillol ao seu escritório privado para tratar do contrato.  O goleiro se recusava a redução salarial e na presença de fuzileiros navais armados, Fillol ouviu: ''Se quer continuar jogando, é melhor aceitar o dinheiro que o River te oferece. Não vamos permitir que o conflito continue. Você é um mal exemplo, as greves estão proibidas neste país''.

A obra revela que o goleiro recebia constantes ameaças de morte vindas dos homens de Lacoste. Além disso, seu pai, foi espancado ao sair do trabalho. ''Naquele tempo eu ria, mas hoje eu sei que também poderia ter desaparecido'', resume.

Além do River e do Flamengo, o ex-goleiro defendeu o Quilmes, Racing, Argentinos Juniors, Atlético de Madrid e Vélez Sarsfield. Ele esteve presente nas Copas de 1974, 1978 e 1982.

 

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