Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt lamentou a demissão de Fernando DinizLucas Merçon / Fluminense

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, não escondeu que o desejo era manter Fernando Diniz, mas precisou tomar a decisão de demiti-lo pela falta de desempenho e de resultados, além da pressão externa da torcida. O dirigente ainda confirmou que o auxiliar técnico permanente, Marcão, pode permanecer no comando do time até o fim da temporada.
"Estávamos tentando reencontrar um caminho. Para o Fluminense, a coisa mais importante é o clube e a torcida, que são a mesma coisa. E precisamos encontrar um caminho para voltar a vencer e ver nossa torcida parar de sofrer e sangrar. É uma posição difícil ter que tomar essa decisão por um rompimento doloroso, mas não significa que um dia nós não vamos resgatar essa relação com Fernando. Mas era preciso romper", disse Mário em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (25).
A decisão aconteceu 33 dias depois do anúncio da renovação de contrato com Diniz, até o fim de 2025. O presidente do Fluminense defendeu-se das críticas pela decisão de estender o vínculo com o treinador num momento em que o time já não apresentava bom desempenho em campo e alegou necessidade de se resguardar contra uma possível saída, como aconteceu com Odair Hellmann, no fim da temporada de 2021.
"Fiz a prorrogação de um ano e meio porque acreditava que o trabalho voltaria a dar resultado. Da mesma forma, se não fosse renovado, poderíamos ter o perdido durante a Libertadores. Porque a multa (pela rescisão) vale para nós e para ele também, é resguardo para os dois lados", explicou.
"Naquele momento, estávamos classificados na Libertadores e na Copa do Brasil e acreditávamos que pudesse voltar a ter a performance de antes e, consequentemente, os resultados".

Multa pela rescisão

Em relação à multa rescisória, que é de 50% do tempo restante de contrato, ou seja, pagamento do salário de 9 meses, Mário Bittencourt garante que houve um acordo com Diniz para a redução do valor total. Ainda assim, seria próximo aos R$ 6 milhões que o Fluminense ganhou da CBF por ceder o treinador para comandar à seleção brasileira no ano passado.
"Quando discutimos a saída, negociamos um acordo, com redução da multa e parcelamento dela.

Marcão como técnico

O dirigente também afirmou na coletiva que não conversou com treinadores para substituir Diniz. Marcão ficará no cargo interinamente e a avaliação sobre a possibilidade de contratar um profissional dependerá dos resultados.
"Marcão é muito qualificado, estudioso, com resultados muito importantes no Fluminense. É um acordo que nós temos há cinco anos que ele voltou para ser um cara muito importante no momento de saída de treinadores. O trabalho do Marcão é diário, junto ao treinador que está aqui. Até o dia de hoje não pensamos em treinador. A tendência é que Marcão siga até o fim da temporada", afirmou, complementando:
"Uma das ideias de manter o Marcão são as peças que ele conhece e até onde podem ser utilizadas se ele quiser mudar o sistema (de jogo)".