Paulinho comemora e faz a flecha, ou ofá, do caçador Oxóssi, orixá que o protege o Candomblé Lucas Figueiredo/CBF

Yokohama - Certeiro como uma flecha, a finalização de Paulinho acertou o ângulo esquerdo do goleiro Müller e decretou a vitória por 4 a 2 sobre a Alemanha na estreia da seleção olímpica nos Jogos de Tóquio, na manhã desta sexta-feira, no Estádio de Yokohama. A comemoração do atacante do Bayer Leverkusen teve uma série de significados. A começar pela referência ao Candomblé e à Umbanda, com o gesto simbolizando uma flecha, ou ofá, sendo atirada, que representa Oxóssi, orixá da caça, das florestas e dos animais.
"Laroyê! Seguimos Brasil", postou Paulinho.
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Filho de Oxóssi, Paulinho tem quebrado tabus ao expressar a sua fé e, com a mesma habilidade que mostra com a bola nos pés, tem driblado o preconceito e intolerância religiosa contra o Candomblé e à Umbanda, pregando respeito nas redes sociais.
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O discurso politizado do menino que cresceu na Vila da Penha é um ponto fora da curva entre os boleiros. Revelado pelo Vasco, o atacante superou uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito, que o deixou dez meses afastados. A volta em maio acelerou o projeto de realização de disputar as Olimpíadas.
"Estava esperando muito por esse momento. Depois desse último ano difícil que passei, por causa da lesão. Trabalhei muito para poder chegar nessas Olimpíadas em condições, fisicamente e tecnicamente. Saiu o primeiro gol no primeiro jogo, fico muito feliz", disse Paulinho, que foi convidado pela Mocidade Independente para o desfile que homenageará o seu orixá protetor na próxima edição do Carnaval no Rio de Janeiro.
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Na próxima rodada, o Brasil terá como adversário a Costa do Marfim, domingo, às 5h30 (de Brasília), novamente no Estádio de Yokohama. Os africanos venceram a Arábia Saudita por 2 a 1 na estreia em Tóquio.






Paulinho comemora e faz a flecha, ou ofá, do caçador Oxóssi, orixá que protege o Candomblé