Pioneiro no combate à discriminação racial e social, o Vasco reforçou o seu papel no Dia da Abolição da Escravatura no Brasil
Pioneiro no combate à discriminação racial e social, o Vasco reforçou o seu papel no Dia da Abolição da Escravatura no BrasilReprodução
Por MARCELO BERTOLDO
Rio - Para o orgulho do torcedor que carrega a cruz de malta no peito, as glórias do Vasco não se limitam as taças acumuladas na sala de troféus de São Januário ou aos inesquecíveis gols e ídolos ao longo de seus 122 anos de história. Pioneiro no combate à discriminação racial e social, o clube não deixou o Dia da Abolição da Abolição da Escravatura no Brasil. De forma sucinta e direta, lembrou que o dia exige "relexão" e que "a luta continua".
Na teoria, a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, garantia aos negros uma inserção igualitária à sociedade. Na prática, a luta pelo fim do racismo e da discriminação continua, com mais uma contribuição do Vasco no âmbito esportivo e social. No início do mês, o clube promoveu uma palestra sobre racismo no CT do Almirante, na Cidade de Deus, ministrada pelo professor José Nilton Júnior, vítima de racismo durante uma aula virtual para um escola de Niterói, em 2020.
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A iniciativa faz parte do projeto de formação integral do atleta-cidadão, idealizado pela vice-presidência de Relações Públicas em parceria com o Departamento de Futebol. O movimento reforça o posicionamento do clube no papel tornar jogadores porta-vozes no combate ao racismo e violência contra a mulher.
MARCO HISTÓRICO É CONSIDERADO TROFÉU
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Símbolo de resistência, a "resposta histórica", publicada em 1924, foi uma carta elaborada pelo então presidente do Vasco, José Augusto Prestes, que marcou a luta pela participação de negros e pessoas de origem humilde, como operários, no elitista mundo do futebol. 
A polêmica teve início um ano antes. Campeão carioca de 1923, o Vasco fora convidado a integrar a recém-criada Associação de Futebol (AMEA), fundada por clubes como Botafogo, Flamengo, Fluminense, América e Bangu, com a prerrogativa de excluir 12 jogadores do elenco, curiosamente negros ou branco de menos favorecidos.
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Entre os critérios de exclusão foram destacados a condição de analfabetismo e da natureza das profissões dos jogadores cruzmaltinos. A recusa de fazer parte da associação nos termos propostos e a inciativa de disputar uma liga alternativa foi uma mensagem histórica que ecoou no país para pessoas que sonhavam em simplesmente em jogar futebol.