Apenados do sistema prisional trabalham em viveiro na Estação de Tratamento do Guandu.Divulgação

Maior estação de tratamento de água do mundo, a ETA Guandu, em Nova Iguaçu, foi um dos polos de desenvolvimento do projeto Recuperação Produtiva da Juçara que acaba de receber o Prêmio Firjan Ambiental 2021 na categoria ‘Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos’ pela inovação, preservação e restauração do meio ambiente, além da contribuição social. O objetivo é promover a restauração ambiental da Palmeira Juçara (euterpe edulis) por meio do incentivo à produção de mudas e ao plantio de novas plantas da espécie.
O projeto foi desenvolvido dentro do programa Replantando Vidas, que unindo preservação ambiental e ressocialização de apenados do sistema prisional estadual, mantém viveiros florestais em Estações de Tratamento como a do Guandu, na Baixada Fluminense. Todos contam com a mão de obra de apenados dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional que integram o programa. Os apenados recebem a remuneração de um salário mínimo nacional pelo serviço prestado, auxílio transporte e alimentação, além do benefício de redução de um dia de pena para cada três dias trabalhados.
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O viveiro da Estação do Guandu possui uma capacidade de produção de até 300.000 mudas por ano, abrigando mais de 250 espécies nativas da Mata Atlântica. Desde a sua inauguração, em 2010, cerca de 400 apenados dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional já trabalharam em atividades de plantio e cultivo somente na unidade de Nova Iguaçu. Já as espécies cultivadas nos viveiros da Companhia são usadas na recuperação de matas ciliares, nascentes e outras áreas das bacias hidrográficas do estado.
Foi assim que em 2018 nasceu o projeto Recuperação Produtiva da Juçara feito em parceria com a família Silva, grupo de produtores extrativistas da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro que trabalha com colheita, beneficiamento e comercialização da polpa de Juçara, espécie nativa da Mata Atlântica ameaçada pela exploração predatória e ilegal. O prêmio pelo projeto orgulhou toda a CEDAE. O Assistente de Controle de Programas Especiais Alan Abreu, que agradeceu o reconhecimento em nome da empresa e dos parceiros de empreitada.
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“São diversos parceiros que participam deste projeto, desde Seu João e a família dele, que percorrem praticamente toda a Serra do Mar fluminense coletando os últimos fragmentos de juçara para extrair a polpa; os apenados que trabalham dentro do Programa Replantando Vida, que utilizam estas sementes resultantes da polpa para germinar e fazer novas mudas; e também os viveiros públicos e privados que recebem estas sementes e produzem novas mudas de juçara, e contribuem para que nos próximos anos a gente possa aumentar a população desta espécie, tentando mudar a realidade desta espécie, que está em risco de extinção hoje. Não é só um reconhecimento, mas um incentivo para que a gente continue desenvolvendo novos projetos sustentáveis dentro da CEDAE”, disse.
De janeiro a junho deste ano, o Replantando Vida já distribuiu mais de 75 mil mudas para projetos de reflorestamento em 41 municípios do estado do Rio de Janeiro. Além do viveiro na ETA Guandu, outros seis estão localizados na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de São Gonçalo, na ETE Alegria, no Reservatório Victor Konder, na Caixa Velha da Tijuca, no Complexo do Alemão e na Colônia Penal Agrícola de Magé.