Paciente recebe atendimento médico no HGNI após acidente de moto.Divulgação

Um levantamento feito pela equipe do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) mostra que, de janeiro a junho deste ano, foram atendidos na emergência da unidade 1.469 casos de acidente de trânsito, sendo 850 envolvendo motos, 60% do total. Desse número, ao menos 254 pacientes, ou seja, quase 30%, precisaram ser internados devido a graves fraturas, entre as quais a crânio-encefálico.
Este quantitativo vem causando grande preocupação na equipe médica pela complexidade dos casos que crescem ano após ano. Há dois anos, em 2019, dos 3.108 pacientes que sofreram acidente de trânsito, 55% eram motociclistas ou caronas e, em média, 25% dos envolvidos precisaram de internação. Já, em 2020, ano marcado pelo início pandemia da Covid-19, devido às restrições iniciais de circulação houve uma pequena diminuição, mesmo assim os números foram considerados altos. Foram 2.273 acidentados, sendo que 60% eram ocorrência de moto. Deste total, 27,3% foi internado.
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Devido a sua localização, próximo a três grandes rodovias da Baixada Fluminense, que são a Presidente Dutra, o Arco Metropolitano e a Via Light, o hospital da Posse acaba recebendo as vítimas de acidente de moto nestes locais. Para o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, a falta de educação no trânsito é a principal causa dos números altos.
“Traumas provenientes de acidente de motocicletas são, na maioria dos casos, de alto impacto e provocam fraturas complexas, sendo mais comuns nos membros inferiores. Grande parte das fraturas são expostas e podem provocar sequelas definitivas. A melhor forma de prevenir é reforçar a educação no trânsito, fiscalizar os pilotos que não sejam habilitados ou que estejam alcoolizados e reforçar a utilização dos equipamentos de proteção individual”, afirmou.
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A falta do capacete agrava muito a situação do paciente. Uma pessoa que teve traumatismo craniano pode ficar mais de 30 dias internado, passar por mais de uma cirurgia e levar até seis meses para sua recuperação total. Ao lado da fratura de coluna, o traumatismo craniano é um diagnóstico de alta complexidade, que exige maior disponibilidade de recursos. Fraturas de fêmur, expostas e de membros superiores também chamam a atenção.
Uma pessoa que sofre acidente de moto recebe o primeiro atendimento em uma unidade pública, independentemente de ter convênio médico, e mobiliza toda equipe de plantão da emergência, podendo passar por pelo menos seis especialidades médicas diferente. Para o HGNI, que é uma unidade que convive diariamente com a superlotação, o acidentado se torna mais um desafio pela complexidade. Por isso mesmo, o diretor geral da unidade, Joé Sestello reforça a necessidade da prevenção pela educação.
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“O leito acaba sendo ocupado por um caso de acidente de moto, que poderia ser evitado com o uso dos equipamentos de proteção, no caso o capacete, e às leis de trânsito. Em média, são de 15 a 20 pacientes em observação por dia, fazendo exames para avaliar a gravidade das lesões. Isso tudo poderia ser prevenido”, disse.