Moradores e comerciantes temem que a economia local seja afetada
Praça de pedágio de Bongaba - Divulgação
Praça de pedágio de BongabaDivulgação
Por O Dia
A cidade de Guapimirim, na Baixada Fluminense, poderá ter não uma, mas duas praças de pedágio. Uma delas, de concessão federal, na BR-116, na Rodovia Rio-Teresópolis, na altura de Parada Ideal, no limite entre os municípios de Guapimirim e Magé. A outra, de concessão estadual, na RJ-122, via que liga os municípios de Guapimirim e de Cachoeiras de Macacu.
Em Guapimirim, a possibilidade de ter pedágio assusta moradores e comerciantes, que alegam que essas praças poderiam prejudicar a economia local, inclusive com perda de investimentos e empregos, deixando de atrair empresas para a região.
“Com relação à praça de pedágio em nosso município, seria um desastre para o comércio e para indústria. Ficaria cada vez mais difícil atrair investimentos para nossa cidade, que sofre com desemprego. Seria como o prefeito de Magé [Renato Cozzolino] falou: ‘um câncer’ que pode ser transferido para o nosso município. Na minha opinião, essa praça tinha que ir para Itaboraí. Essa conta não pode cair para Guapimirim”, opinou ao O Dia o comerciante Irineu Borges, morador de Guapimirim.
“Chega a ser desanimador! Guapimirim não pode pagar esse preço, já não há empregos. Note-se que a prefeitura tem se empenhado para fortalecer a economia local. Já sofremos com o pedágio de Piabetá, agora mais uma praça na RJ-122 não tem como suportar mais essa carga tributária. Espero que o governo do Estado [do Rio de Janeiro] reveja isso”, manifestou o empresário Fernando Ribeiro, também morador de Guapimirim.
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“Eu preferia que não houvesse pedágios. Já acho muito caro o valor pago naquele pedágio de Piabétá tanto para ir quanto para voltar. A construção de uma praça em nossa cidade seria muito ruim não só para nós, moradores, como também para o comércio, em geral. Veja o exemplo da Ponte Rio-Niterói, que exige toda uma infraestrutura de conservação por estar no mar, o valor é de apenas R$ 4,60 no sentido Niterói”, comparou a professora Daniela Moraes, também moradora de Guapimirim.
A criação de novas praças de pedágio – ou a transferência das mesmas – se deve ao término da concessão de exploração, que já dura 25 anos, pela Concessionária Rio Teresópolis (CRT) nas praças de: Bongaba (KM 133,5), próximo ao bairro de Piabetá, no limite entre Magé e Duque de Caxias; Santa Guilhermina (KM 122), com ligação para a BR-493, via que conecta Magé a Itaboraí; e de Santo Aleixo (KM 114), em Magé.
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Em abril deste ano, a Prefeitura de Magé questionou na Justiça o aditivo firmado entre o governo federal e a CRT que prorrogou por mais 18 meses a exploração do serviço. O término da cobrança nessa cidade tem sido discutido em audiências públicas entre os poderes Legislativo e Executivo desde o início de 2021, com participação de representantes dos municípios da redondeza que serão afetados com a mudança das praças. Em maio, o prefeito Renato Cozzolino (PP-RJ) classificou como uma ‘vitória’ a retirada de todas as praças de pedágio em solo mageense. Mas, por enquanto, a cobrança continua em vigor.
A prefeita de Guapimirim, Marina Rocha (PMB-RJ), foi taxativa, ao sustentar que se houver cobrança para os guapimirienses, que seu governo criaria uma rota alternativa para que a população pudesse fugir da cobrança.
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O novo contrato de exploração da BR-116 poderá ser de até 30 anos, com previsão de início já para o ano de 2022.
Atualmente, o pedágio na praça de Bongaba, a principal, é de R$ 18,80 para carros simples de categoria 1. O valor é pago nos dois sentidos da via. Nas demais praças de Magé, a cifra é de R$ 13,10.
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