Agente de saúde testando pacinte Foto: Valter Sobrinho

Guapimirim – O município de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, terá um mutirão de testes rápidos de hepatites B e C no próximo dia 28 de julho (quarta-feira), a partir das 13h, em todas as unidades da rede municipal de saúde. A data coincide com o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Os exames serão realizados pela Secretaria Municipal de Saúde.
O exame é gratuito e sigiloso e o resultado leva, em média, 30 minutos. Apenas umas gotas de sangue. O procedimento é similar aos adotados na rede pública de saúde em testes rápidos para sífilis e HIV. Para fazê-lo, basta ter um documento com foto e o Cartão do SUS.
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“(...) A hepatite tem cura, tem tratamento, e é uma doença normalmente silenciosa. Ela pode ficar assintomática e silenciosa por até 30 anos. Se o paciente não diagnosticar cedo, ela pode chegar evoluindo para o câncer de fígado. Ela é uma das principais causas de câncer de fígado e transplante de fígado no Brasil”, explicou a coordenadora do Serviço de Atenção Especializada (SAE) de Guapimirim, Rianne Assis.
Em caso positivo da doença, o paciente já sai do posto de saúde com o remédio. Guapimirim é um dos quatro municípios fluminenses que participa de um projeto piloto em que o paciente recebe de imediato a medicação para tratar a hepatite C. Antes, era preciso aguardar entre seis meses e um ano para recebê-lo, por meio de um requerimento na Rio Farmes, a farmácia do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
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Como se pega hepatite?
A hepatite é uma doença infecciosa e contagiosa que provoca danos ao fígado, podendo ser causada por vírus, uso de álcool, drogas e alguns medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Existem cinco tipos: A, B, C, D e E. Este último é raro no Brasil.
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A hepatite A pode ser contraída por água ou alimentos contaminados pelo vírus, ademais de contato fecal-oral.
A hepatite B pode ser contraída durante a relação sexual com uma pessoa infectada. Por isso, o uso de preservativos é importante para dificultar o contágio. O vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno.
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A hepatite C pode ser contraída na relação sexual com uma pessoa infectada, como também na transmissão de mãe para filho durante a gestação, além do compartilhamento de materiais de uso individual como seringas, alicate de unha, escova de dente, barbeador etc.
Já a hepatite D pode ser contraída se houver a presença do tipo B. E a transmissão se dá de forma similar ao tipo C.
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Dados sobre hepatites no Brasil
Entre 2000 e 2020, o Brasil registrou 673.389 casos de hepatites A (25%), B (36,8%), C (37,6%) e D (0,6%), de acordo com o Ministério da Saúde. No mesmo período, foram registradas 74.864 mortes, sendo 1,6% (1.189) para o tipo A, 21,3% (15.912) para o tipo B, 76,02% (57.023) para o tipo C e 1% (740) para o tipo D.
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Em 2019, por exemplo, o maior percentual de casos notificados de hepatite B foi entre pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a 14,6%. Já entre 2018 e 2019, a maior taxa de detecção do tipo B foi detectada em homens entre 50 e 54 anos.
O tipo C da doença é que o provoca mais óbitos. Com o diagnóstico em tempo hábil e o tratamento, esse número vem diminuindo. Em 2014, foram registradas 2.087 mortes por hepatite C, enquanto que em 2018, 1.491 mortes.
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O país é signatário da Estratégia Global para Eliminação das Hepatites Virais, uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) cuja meta é reduzir os casos em 90% e os óbitos em 65% até o ano de 2030.