Fachada da 67ª DP, em GuapimirimImagem: Izaias França - O DIA

Guapimirim – Um homem de 57 anos, identificado pelas iniciais J. P. L., foi preso preventivamente em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pelos crimes de lesão corporal, injúria, ameaça, furto e dano cometido contra a esposa, de 55 anos. A captura foi feita por policiais civis da 67ª DP (Guapimirim), nesta segunda-feira (2/5), em cumprimento do mandado de prisão expedido pelo Juizado de Violência Doméstica de Guapimirim na última sexta-feira (29/4).
Os agentes contaram com a ajuda de cães farejadores para capturar o criminoso, que tentou fugir para uma área de mata.
O mandado de prisão foi emitido depois que J. P. L., numa crise de fúria, agrediu a esposa com socos no rosto e em outras partes do corpo, tendo a ameaçado de morte com um machado e uma foice. Na ocasião, ele furtou um celular da companheira avaliado em R$ 1,4 mil e quebrou outro estimado em R$ 500. A vítima denunciou o caso na delegacia no último dia 8 de abril.
De acordo com as investigações, ao longo de 15 anos de relacionamento, a vítima fez 25 registros de ocorrência contra o marido.
Em dezembro de 2021, por exemplo, J. P. L. foi novamente denunciado pela mulher. A partir disso, foram decretadas medidas protetivas, contudo a vítima decidiu novamente perdoá-lo, tendo desistido da proteção judicial, e voltou a morar com ele.
O mais grave episódio de violência doméstica contra a vítima aconteceu em 2011 e quase resultou em feminicídio. Ela teve 90% do corpo queimado pelo marido, que ateou álcool no corpo dela, e ficou três meses internada. Apesar disso, ela o perdoou depois que ele prometeu que não a agrediria mais.
Foram 25 registros de ocorrência policial contra J. P L. no intervalo de 15 anos. Ele não mudou, descumpriu promessas feitas à companheira e continuou agredindo-a na certeza da impunidade e do perdão dela. Já ela foi ingênua, agiu com fraqueza e não aprendeu nada com os próprios erros, continuou sendo benevolente, colocando a própria vida em perigo constante.
Muitos feminicídios acontecem porque as vítimas têm medo de denunciar seus algozes e, às vezes, quando o fazem, tentam retirar as queixas contra eles, por acreditarem num rápido e suposto arrependimento.
Denúncias de violência doméstica podem ser feitas em delegacias de polícia e também por telefone no Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher). A ligação para ambos os telefones é gratuita e os serviços são disponibilizados pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Em Guapimirim, por exemplo, ainda é possível pedir ajuda ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (CRAM).