Guapimirim – Ao menos 163 registros de ocorrência de crimes contra a mulher foram registrados em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, de janeiro a junho deste ano. Os delitos englobam lesão corporal, injuria, ameaça, perseguição, descumprimento de medida, além de violência física. Todas as denúncias foram feitas na 67ª DP (Guapimirim).
A divulgação dos dados por parte do DIA coincide com a celebração do Agosto Lilás, que é uma campanha de conscientização de enfrentamento à violência contra a mulher, e também por conta do aniversário de 16 anos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), completados no último domingo (7/8).
Os números do primeiro semestre de 2022 revelam um aumento percentual de 30,4% em relação ao mesmo período de 2021. No ano passado, a delegacia de Guapimirim contabilizou 125 registros de ocorrência.
“Esses números englobam todo e qualquer crime cometido contra a mulher no âmbito da violência doméstica. Conclamo a todas as mulheres vítimas de violência doméstica a registrarem ocorrência, pois esses casos são tratados com prioridade. O apoio da Prefeitura de Guapimirim, com a criação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (CRAM), tem um trabalho muito bom. Essa compartilhamento de informações entre o CRAM e a 67ª DP tem contribuído para que possamos efetuar prisões e salvar a vida das vítimas”, destacou o delegado Antonio Silvino Teixeira, titular da 67ª DP, ao DIA.
De julho a dezembro de 2021, foram registradas mais 132 ocorrências policiais relativas a crimes previstos na Lei Maria da Penha. Ao todo, foram 257 denúncias feitas nessa unidade policial no ano passado.
A eficiência da 67ª DP proporcionou o quarto lugar no ranking de delegacias da Baixada Fluminense que efetuaram prisões entre janeiro e julho de 2022. E muitas destas se referem a delitos de violência contra a mulher. Em Guapimirim, muitas das capturas de acusados de violência doméstica são realizadas pelas ‘Meninas Superpoderosas’, como são chamadas as agentes femininas dessa unidade policial.
“A Lei Maria da Penha é um importante marco na luta contra diferentes formas de violações e de violência contra a mulher. Existem muitas Marias da Penha não só em Guapimirim como em todo o Brasil. A mulher precisa ter consciência de que pode estar sendo vítima de violência física, psicológica, social, econômica ou patrimonial e também coragem para denunciar seus agressores. É importante destacar a luta de nós, mulheres, em defesa de todas as mulheres por meio da rede de enfrentamento à violência contra a mulher e dos centros especializados já existentes em diversos municípios do estado do RJ. Somente denunciando é que será possível romper com esse ciclo de violência. Não adianta ficar esperando o companheiro mudar, porque ele não vai mudar, alertou a presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro, Edna Calheiros”, alertou a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro, Edna Calheiros.
Onde denunciar crimes contra a mulher
Crimes contra a mulher podem ser denunciados em qualquer delegacia de polícia civil, à Polícia Militar pelo telefone 190, nos centro de atendimento à mulher em seus respectivos municípios e também pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) e Disque Direitos Humanos (Disque 100). Estes dois últimos estão vinculados ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
A 67ª DP (Guapimirim) fica na Estrada do Bananal nº 1.919, no bairro Bananal.
Em Guapimirim, as vítimas de violência doméstica ainda contam com o Programa Mulher Mais Segura, vinculado à Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Defesa Civil. Pelas ruas da cidade é possível avistar uma viatura da Guarda Civil Municipal caracterizada com a logomarca do projeto. A iniciativa é uma parceria entre as forças de segurança municipal e estadual e também o Poder Judiciário.
“No ano passado, capacitamos os agentes da Guarda Civil Municipal para que pudessem atuar em situações de conflito e de violência contra a mulher e em março deste ano lançamos oficialmente o programa Mulher Mais Segura. Como mulher, me sinto no dever de atuar no enfrentamento à violência doméstica. Estando prefeita, tenho a oportunidade de colocar esses ideais em prática. O CRAM Guapimirim é hoje uma realidade, e essa sintonia com as polícias civil e militar e o Juizado de Violência Doméstica de Guapimirim faz com que seja possível desenvolver um trabalho efetivo”, avaliou a prefeita de Guapimirim, Marina Rocha (PMB-RJ).
O CRAM Guapimirim – vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos – recebe denúncias em sua sede, na Rua Claudionor Batista nº 249, no bairro Quinta Mariana.
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