Um dos outdoors instalados na cidade, este na Rio-Santos, logo depois do retorno para Coroa Grande, sentido Rio: mensagens com pautas do sindicato
Um dos outdoors instalados na cidade, este na Rio-Santos, logo depois do retorno para Coroa Grande, sentido Rio: mensagens com pautas do sindicatoDivulgação - Sepe Itaguaí
Por Jupy Junior
ITAGUAÍ – O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) – representação Itaguaí – começou na sexta-feira (9) uma campanha publicitária na cidade a fim de chamar a atenção da população para as causas da categoria na cidade. A campanha se divide em quatro outdoors, um deles com mensagem endereçada ao prefeito Rubem Vieira (Podemos), outro dirigido à secretária municipal de Educação - Nilce Ramos, e os outros dois sem destinatário específico. O DIA perguntou, via e-mail encaminhado à secretaria municipal de Comunicação, qual é o posicionamento da prefeitura a respeito das mensagens, mas, até o momento, não obteve resposta.
Os outdoors estão alocados nos seguintes pontos: Avenida Professor Isoldakson de Brito, na descida do Morro do Corte, após o Posto Via, sentido Centro; na Rio-Santos, na altura de Coroa Grande, após o retorno, sentido Rio de Janeiro; na rua General Bocaiúva, em frente ao Fórum, no Centro; e na Avenida Ayrton Senna, antes do Hospital Nossa Senhora da Guia, também no Centro.
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Além dos outdoors, o Sepe Itaguaí também contratou um carro de som para circular nos principais bairros para transmitir um jingle e mensagens com pautas da categoria.
MOTIVOS E OBJETIVOS
Em nota enviada à reportagem, o Sepe Itaguaí informou que o objetivo das ações publicitárias é “denunciar para a população a real situação dos trabalhadores da educação na cidade, professores e funcionários”. Segundo o sindicato, estas reivindicações já são conhecidas do governo, pois constam em diversos ofícios enviados à prefeitura. Ainda de acordo com a nota, o prefeito se recusa a receber os sindicalistas da Educação para discutir as pautas da categoria.
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Cabe lembrar que a categoria continua em greve (que começou ainda em março), pois coloca a vacinação de todos os grupos do setor como condição para a volta das aulas presenciais.
O objetivo, sempre de acordo com a nota enviada pelo sindicato, é chamar a atenção da população e dos políticos para as causas da categoria a fim de buscar uma solução que garanta o cumprimento das leis que regem a relação dos profissionais da educação com o poder público municipal.
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AS CAUSAS
O teor das mensagens da campanha publicitária do Sepe Itaguaí diz respeito a três pontos principais.
O primeiro deles é o fato de que somente professores podem atuar remotamente, os demais servidores estão sendo obrigados a trabalhar presencialmente, expondo-se aos riscos da pandemia de coronavírus.
Outro ponto mencionado em uma das mensagens é sobre o fato de que há servidores da educação em Itaguaí que recebem menos do que um salário mínimo (R$ 1.100). A estimativa do Sepe da cidade é que há mais de 800 trabalhadores nesta condição ilegal.
O terceiro ponto diz respeito ao Plano de Carreira, cuja lei federal 9394/1996 estabelece como uma obrigatoriedade. Existe uma lei municipal 3256/2014, criada para fazer valer esta lei federal, mas, segundo o Sepe municipal, ela não está sendo cumprida desde 2017.
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Uma das mensagens – em um dos outdoors – pergunta: “cadê o dinheiro do Fundeb?”. O Sepe Itaguaí tem dito que em 31 de dezembro de 2020 o saldo da conta municipal do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) era de R$ R$ 9.233.157,73. De acordo com o sindicato, a prefeitura ainda não explicou se esse montante sinalizado como saldo foi devolvido para a sua origem sem ter sido usado, e qual teria sido o motivo para isso.
A reportagem enviou e-mail para prefeitura - via secretaria de Comunicação - para obter um posicionamento a respeito das reivindicações do sindicato, mas, até o momento, não obteve resposta.