Itaguaí- A Prefeitura de Itaguaí promoveu, nesta terça-feira, 30, no Teatro Municipal, um encontro para celebrar os dois anos de atuação do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) no município. Desde a sua implantação, o órgão se tornou um equipamento crucial no combate à violência doméstica.
"O Ceam tem tido uma atuação importantíssima em nosso município. Temos salvado vidas de mulheres que nos procuram. Lá, conseguimos realizar o atendimento multidisciplinar, acolhê-las com carinho e afeto", destaca a coordenadora, Francis Firmino.
Ela enfatiza que os atendimentos no local são sigilosos para garantir a proteção das mulheres.
"Elas se sentem seguras em denunciar. Depois de alguns dias, ou meses, enxergamos o resultado desse trabalho. E percebemos o quanto esse esforço tem refletido na mudança de vida dessas mulheres. Elas voltam a trabalhar, estudar e se empoderar. Passam a entender que viver sem violência é o certo, e não ser humilhadas", completa.
Em Itaguaí, o Ceam tem uma articulação efetiva com o Poder Judiciário, delegacia, Ministério Público, além de outros órgãos de segurança.
"Tem uma importância muito grande na atuação conjunta com o poder judiciário, que consegue atuar até certo limite - seja na condenação dos envolvidos, eventualmente, ou no atendimento pela equipe técnica do juízo. Mas existe uma necessidade de atendimento além do processo. É preciso um atendimento psicológico, social e, muitas vezes, de ajuda financeira", disse o juiz da Vara Criminal de Itaguaí, Edison Ponte Bulamarqui.
O magistrado destacou a necessidade de que as mulheres vítimas de agressão possam compreender a importância de dar prosseguimento ao processo. Segundo ele, muitas delas conseguem as medidas protetivas de imediato, o que é um passo importante.
A secretária de Assistência Social, Micheli Sobral, lembrou que o Ceam foi o primeiro equipamento inaugurado pela gestão do prefeito Rubem Vieira. "E de lá pra cá, temos feito um trabalho articulado com a rede para que a mulher se sinta protegida", finaliza.
Atendimentos em números
Só no último ano, por exemplo, entre agosto de 2021 e 2022, a instituição realizou mais de 1.100 atendimentos. Desse total, quase 220 foram de mulheres vítimas de agressão física ou psicológica. Foram feitos mais de 500 encaminhamentos para a rede intersetorial, mais de 30 palestras e duas capacitações na área da saúde.
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