Projeto de conscientização ambiental em áreas rurais com muita palhaçaria.Divulgação/Circolar

Mangaratiba – O projeto Circolar, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, encerrou o cronograma de atividades/2022, com espetáculo de arte circense, oficina de danças tradicionais e roda de conversa. O último evento do ano, foi nesse sábado,3, na parte da tarde, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mangaratiba, localizado na Estrada São João Marcos, 78, com participação especial do grupo Gigantes de Mangaratiba. Com entrada gratuita, o espetáculo contou com um grande número de pessoas.
O projeto Circolar tem por objetivo contribuir para o fortalecimento da identidade das comunidades tradicionais (quilombolas, rurais e caiçaras), além de desenvolver, através de uma linguagem da cultura local, a conscientização da preservação ambiental e patrimonial através do entretenimento. O projeto leva para essas comunidades tradicionais espetáculos de arte circense, oficinas de danças, brincadeiras tradicionais e roda de conversa sobre os saberes locais.
Projeto em Mangaratiba - Divulgação/Circolar
Projeto em MangaratibaDivulgação/Circolar
No primeiro semestre, a equipe de palhaços e arte educadores, formada por Lisane Irala, Thamyres Anselmo, Julianderson Silva, Rafael Otoni, Ruth Chaves e Adriano Evangelista, passou por Mangaratiba nas comunidades do Quilombo de Santa Justina e Santa Izabel, Quilombo da Ilha da Marambaia e Assentamento do Rubião, levando cultura, aprendizado e muita diversão.
“Tem sido tão encantador poder conhecer esses lugares, encontrar essas pessoas através da palhaçaria, da arte educação, do resgate de danças tradicionais dessas comunidades e das suas histórias. A gente tem promovido a cultura e a troca de experiências, levando nossos saberes e conhecendo outros saberes. É um processo muito rico que esse trabalho tem promovido”, conta Thamyres Anselmo, a Palhaça Noenice do projeto Circolar.

Já no segundo semestre, o Circolar trabalhou o contexto histórico da região de cada comunidade na época da Independência do Brasil. “É uma forma de conversar sobre o bicentenário da Independência de forma contextualizada nas comunidades”, explica a historiadora e consultora de Patrimônio do projeto CIRCOLAR, Mirian Bondim.

Outra ação prevista pelo projeto é uma coletânea de tudo que foi ouvido nas comunidades visitadas, com a produção de um diário de viagem ilustrando saberes e fazeres das comunidades, com intercâmbio cultural entre elas.

“O nosso trabalho é buscar o fortalecimento da identidade, autoestima, de cada fazedor de cultura local, valorizando tudo que produzem em sua comunidade. O mundo atual está muito desligado, está próximo e distante ao mesmo tempo, da vida comunitária. Não se sabe a característica de uma comunidade que tem uma cultura muito tradicional, transmitida de geração em geração, como é o caso das comunidades rurais que trabalham com casas de farinha, produção de doces típicos, através de suas plantações e colheitas.
É exatamente este conceito de saberes e fazeres, que algumas comunidades desconhecem, como dito popular “o peixe está na mesa mas não sabe como ele chegou até ali” - por exemplo. É importante levar para a cidade essa vida na comunidade e até, quem sabe, despertar o turismo rural, na região. Esse conhecimento, esse intercâmbio, é muito necessário”, finaliza Mirian Bondim.

O projeto CIRCOLAR é uma produção do Grupo Circo Turma Em Cena, idealizado pelo produtor cultural Adriano Didi e que desde o ano 2000 desenvolve e aprimora um estilo artístico original com produções cênicas, audiovisual, circo-teatro, palhaçaria, acrobacias, mágicas, malabares, pernas de paus, teatro de bonecos, musicais, oficinas e brincadeiras que podem se adaptar a todas as idades e todos os locais. Além da equipe de arte educadores e palhaços, o projeto ainda conta com a coordenação artística de Gil Del Carmo, da Zóio da Arte Produções, e dos registros de foto e audiovisual de Gilson Moreira.
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