A análise das emissões de 2016 a 2018 apontou que, em três anos, a cidade teve queda de 18% na quantidade de emissões, calculadas em toneladasImagem Arquivo
Por O Dia
Publicado 29/04/2021 11:47
Niterói - A Prefeitura de Niterói recebeu, na última quarta-feira (28), a validação de seu inventário de gases de efeito estufa (GEE’s), uma ferramenta de direcionamento de políticas públicas sustentáveis. A cidade contou com o apoio do ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade para garantir que o material esteja de acordo com os requisitos do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia.
Para garantir a acurácia do inventário, o material formulado pela Prefeitura de Niterói foi analisado utilizando como base a metodologia Global Protocol for Community-Scale Greenhouse Gas Emission Inventories (GPC). No processo, foram realizados procedimentos como verificação dos dados utilizados, revisão em unidades de medida, avaliação das referências e fatores de emissão adotados.
O secretário municipal do Clima, Luciano Paez, ressalta que as questões climáticas impactam todo o planejamento urbano de uma cidade.
“Entender as informações sobre os GEE’s (Gases de Efeito Estufa) que Niterói produz é fundamental para dar a orientação correta das políticas públicas. Desta forma, ao validar este inventário de gases, cumprimos os requisitos do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, e elevamos a cidade ao patamar de responsável por um ambiente mais equilibrado e justo ambientalmente”, explica.
A análise entregue ao município aponta que a maior parte das emissões de Niterói está relacionada a transportes. A cidade já vem encarando de frente esse desafio com as diretrizes do novo Plano Diretor e do Plano de Mobilidade, e com projetos estruturantes voltados para a mobilidade sustentável, a expansão do transporte público e o fortalecimento da mobilidade ativa.
Nos últimos sete anos Niterói triplicou a sua rede cicloviária e atualmente conta com uma malha de 45 quilômetros. A implantação do primeiro lote do sistema cicloviário da Região Oceânica teve ordem de início assinada nesta quarta-feira (28). Serão licitados ainda outros dois lotes de obras. Com isso, a região vai ganhar mais 60 quilômetros de malha cicloviária. Em 2017, foi inaugurado o bicicletário Arariboia, ao lado da Estação das Barcas, que oferece 446 vagas e tem 11 mil usuários cadastrados. Nos últimos anos, segundo o programa Niterói de Bicicleta, o fluxo de ciclistas nas principais vias da cidade aumentou cerca de 300%.
A Transoceânica foi um dos projetos mais importantes de Niterói. O corredor viário, que começa em Charitas e segue até o Engenho do Mato, tem extensão de 9,3 quilômetros e 13 estações de ônibus BHLS (Bus of High Level of Service), beneficiando cerca de 80 mil usuários diariamente. Parte da TransOceânica, o túnel Charitas-Cafubá era esperado pelos niteroienses há mais de 40 anos. A nova ligação entre a Zona Sul e a Região Oceânica trouxe resultados positivos no trânsito ao desafogar pontos tradicionalmente críticos como o Largo da Batalha e a Avenida Presidente Roosevelt, em São Francisco. Cada uma das galerias do túnel tem 1,3 km de extensão e três pistas (duas para carros, uma para ônibus do sistema BHS), além de uma ciclovia, proporcionando ainda mais espaço na cidade para a bicicleta como meio de transporte.
O tratamento de resíduos sólidos aparece como segundo maior fator de emissão de gases, seguido por consumo de energia na construção civil. Entre 2016 e 2018, a cidade já começou a diminuir essas emissões: a queda foi de 18%. Com esse material em mãos, a administração municipal vai traçar políticas públicas alinhadas aos parâmetros de sustentabilidade, pensando na diminuição da emissão de gases.
“Niterói segue inspirando outras cidades brasileiras no combate à crise climática: primeiro, a criação da Secretaria do Clima e agora a verificação do inventário de emissões de Gases do Efeito Estufa com o apoio do ICLEI no âmbito do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, para se certificar que os dados apurados pela cidade estão em conformidade. Niterói vem, assim, pavimentando um caminho robusto na consolidação do planejamento climático da cidade, dando este passo de diagnóstico importante que é o inventário”, finaliza Ana Wernke, coordenadora de Relações Institucionais e Advocacy do ICLEI.
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