Dados do CHN apontam que, só em 2021, 16% de todos os pacientes internados na Unidade de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do hospital eram portadores da doença.Divulgação
Roberto Magalhães, coordenador de hematologia do CHN, destaca a importância do diagnóstico precoce da leucemia e da doação de medula óssea. “A leucemia é um tipo de câncer no sangue; estar atento aos sintomas e manter os exames de rotina em dia é fundamental. Por isso, essa campanha é necessária para que todos estejam conscientes da importância do diagnóstico precoce e de tornarem-se doadores de medula”, afirma o coordenador.
No último ano, o CHN realizou 107 transplantes de medula óssea. Desse total, 19 foram alogênicos, para o tratamento da leucemia aguda. Dados do Registro Nacional e Internacional de Transplantes comprovam que a leucemia aguda é a principal indicação de transplante alogênico no Brasil e no mundo.
“Existem tratamentos muito eficazes para melhorar a qualidade de vida do paciente, como o transplante de medula óssea, que ainda é cercado de muitas dúvidas. Além de tratamentos clínicos modernos, como a terapia-alvo molecular e o uso de anticorpos monoclonais biespecíficos, que estimulam o organismo do próprio paciente a combater a doença. Essas terapêuticas estão disponíveis em centros de referência em hematologia, como o CHN, que está equiparado às grandes unidades mundiais no cuidado ao paciente onco-hematológico”, explica o especialista.
Causas, fatores de risco e tratamento para leucemia
A leucemia atinge os glóbulos brancos e pode ser conhecida pela sua forma crônica ou aguda: em sua classificação crônica, os glóbulos brancos ainda conseguem cumprir seu papel de forma normal, e a condição evolui lentamente; já na aguda, eles não conseguem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas, e a doença avança de forma rápida, transformando-se em uma emergência médica.
Segundo Magalhães, existem alguns fatores de risco que devem ser observados, como o histórico genético familiar de doenças sanguíneas; se a pessoa já recebeu outros tratamentos de câncer no passado com quimioterapia ou radioterapia; se houve exposição ocupacional à radiação e a agentes petroquímicos e tabagismo, pontos que devem ser levados em consideração no momento do diagnóstico.
Quando se fala em sintomas, o hematologista destaca anemia, palidez, fraqueza, cansaço, palpitação, hematomas e sangramento na gengiva e no nariz como os sete dos principais sinais que o paciente deve considerar como alerta.
O diagnóstico de casos crônicos desse tipo de câncer é feito por meio de exame de sangue de rotina e confirmado pelo hematologista por intermédio de testes mais específicos. Segundo Roberto Magalhães, quanto mais cedo o quadro for reconhecido, mais chances de cura o paciente tem.
O tratamento é feito de acordo com o perfil de cada indivíduo e com o estágio em que a doença se encontra. “O transplante de medula óssea é a melhor alternativa terapêutica para as leucemias agudas de alto risco e que não responderam bem ao tratamento inicial, sendo a única opção de cura. Já as leucemias crônicas e de baixo risco seguem o tratamento clínico, com sessões de quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo molecular”, esclarece o hematologista do CHN.
Segundo ele, pessoas de todas as idades estão suscetíveis à leucemia, e não realizar os exames de rotina pode levar à detecção tardia e prejudicar o sucesso do tratamento. “Quanto mais cedo for identificada a doença, há mais chances de cura e de qualidade de vida para o paciente”, finaliza Roberto.
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