Eliomar Coelho, deputado estadual do PSOLDivulgação

O abre-alas diz: Carnaval é arte, é identidade, é Educação, é História, é criação. As alas seguintes mostram que Carnaval é desenvolvimento, Economia criativa e geração de trabalho e renda. E do meio para o fim das alas, lembramos que Carnaval é cidadania, ação social, comunitária e vetor de direitos, inclusive trabalhistas para a sua imensa cadeia produtiva (que inclui costureiras, aderecistas, mecânicos, cenógrafos, artistas visuais e cênicos, músicos, técnicos de efeitos especiais, sonorização, iluminação, alimentação e bebidas etc).
Essas reflexões são oportunas quando desde o início da pandemia de covid-19 em 2020, tivemos o cancelamento das festas e desfiles em 2021 e uma incerteza pairando sobre os barracões, quadras e cabeças dos componentes em 2022.
Em meio ao trágico e real enredo é preciso perguntar: como respeitar as regras sanitárias, uma vez que ainda estamos na luta contra a covid-19, e ao mesmo tempo apoiar emergencialmente todo o universo carnavalesco. E registrar que o Carnaval não se limita às escolas de samba do grupo especial ou a blocos carnavalescos do Centro e Zona Sul cariocas. Existem as outras ligas, manifestações e formas de organizar a festa Estado do Rio afora.
Por outro lado, acreditamos que mais que ações emergenciais, precisamos de políticas estruturantes que até previnam e protejam em futuros momentos parecidos com o que estamos vivendo. Defendemos uma mudança de política cultural, para além de editais e patrocínios, mas que sejam permanentes e garantidoras de sustentabilidade.
A questão é ter ações condizentes com a força econômica e social do Carnaval e dos eventos para a Economia fluminense. Entendendo como investimento com um já comprovado retorno financeiro, simbólico e de bem-estar.
Temos que juntar diferentes setores: governos estadual e municipais, Assembleia Legislativa e câmaras de vereadores, iniciativa privada, sociedade civil e toda a cadeia produtiva carnavalesca para criarmos um programa de apoio ao Carnaval. E podemos iniciar buscando responder a algumas perguntas:
Como uma das principais festas do estado, que tem impactos econômicos imensos (para além dos aspectos culturais e de cidadania, como já dito), não tem uma política de apoio permanente?
Que retornos os trabalhadores e as comunidades têm a partir dos impactos econômicos do Carnaval?
Quais investimentos são necessários para o planejamento e viabilidade do Carnaval, não só em 2022, mas para os próximos anos, inclusive avaliando os impactos da pandemia.
Como criar condições para formar, qualificar e incentivar a sustentabilidade de profissionais, seja para o Carnaval, assim como para outras festas e eventos tradicionais, corporativos, regionais, etc?
Vamos colocar juntos esse bloco na rua?
Eliomar Coelho é deputado estadual (PSOL-RJ) e presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro