Por bianca.lobianco
Rio - Servidores públicos e manifestantes fazem prostesto em frente à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) contra o pacote de austeridades que o governo do estado quer implementar. As ruas Primeiro de Março e um trecho da Presidente Antônio Carlos foram interditadas por volta das 10h30. O desvio foi feito pela Almirante Barrroso. 

Servidores distribuíram rosas brancas aos PMs. Eles trouxeram balões brancos simbolizando a paz. Foi como um pedido para que os policiais não ajam com truculência contra a manifestação. Servidores disseram que, por conta da truculência da polícia, alguns policiais, bombeiros e agentes penitenciários que participam da manifestação e têm porte de arma vieram munidos de arma de fogo.

"Tudo se encaminha para um tragédia. Os verdadeiros vagabundos estão dentro da Alerj. A mudança no calendário foi para esvaziar o movimento. Nosso medo agora é que haja uma votação extraordinária, como aconteceu com o caso do Bilhete Único", disse o inspetor Paulo Ferreira, do Sindicato do Sistema Penitenciário do Rio.

Manifestantes protestam em frente à Alerj contra o pacote de austeridade Luiz Ackermann e Severino Silva / Agência O DIA

Na terça-feira passada, dia 6, houve enfrentamento e a polícia disparou barras de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Nesta segunda, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e um grupo carregava um caixão de papelão para encenar o enterro do governador. Eles colocaram dois pés grandes de papelão na parte inferior para caracterizar o "defunto".

Manifestantes protestam em frente à Alerj contra o pacote de austeridade Luiz Ackermann e Severino Silva / Agência O DIA

Até às 11h30, cerca de 300 servidores estavam no local. Os acessos da Alerj estão com barreiras montadas pela polícia. Quem chega com mochila é revistado, como servidores, jornalistas ou qualquer transeunte. O objetivo é buscar possíveis morteiros. No último ato, houve disparos com explosivos desse tipo.

O carro de som contratado por sindicatos para a manifestação chegou a ser impedido de se aproximar da Alerj pela polícia, por volta das 11h, segundo Alzimar Andrade, diretor do Sindicatos dos Servidores da Justiça (Sindjustiça). "Aprenderam o carro. Não temos medo de nada. A população está sendo manipulada e não entende que é maior prejudicada", afirmou.

Sofrendo atrasos salariais ao longo dos meses deste ano%2C servidores têm protestado em frente à Alerj pela rejeição ao pacote do governoLuiz Ackermann / Agência O Dia

Segundo o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, agentes da Força Nacional ficarão posicionados atrás das grades que protegem a Alerj. Estabelecimentos da região e agências bancárias instalaram tapumes nas vitrines para evitar depredações, após os violentos atos da última semana.

Mudança na data de votação não alterou agenda de protestos

A Alerj temia a radicalização de protestos e decidiu alterar a data de votações. Mas, de acordo com integrantes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio (Muspe), o aluguel de ônibus para a vinda de caravanas com servidores de outros municípios já havia sido acordado. E, por isso, não haveria como desmarcar.

As categorias preveem, porém, outra manifestação também na quarta-feira, quando serão votados os principais projetos que afetam o funcionalismo, como o adiamento de reajustes da Segurança e aumento da contribuição previdenciária.
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Para um dos líderes do Muspe e diretor do Sindjustiça, Ramon Carrera, o funcionalismo não quer negociar as medidas. Ele afirma que a pressão não vai parar.

“Estamos percebendo que o governo ainda não entendeu o recado das ruas. Não queremos esse pacote. A conta da crise não é nossa. Vamos nos manifestar nos dias 12 e 14. Não adianta apostar na nossa desmobilização”, declarou Carrera, que não descarta a possibilidade de greve geral.

O Muspe chegou a entregar uma carta aos deputados da Alerj sugerindo diversas medidas alternativas, como revisão das isenções fiscais, corte de gastos com carros oficiais pelos poderes e mutiraão no cartório do Tribunal de Justiça (TJ-RJ) para cobrança da dívida que empresas e pessoas físicas têm com o estado.

Das 22 propostas enviadas inicialmente no pacote do governo, 10 ficaram de fora, por terem sido devolvidas ou retiradas de pauta. Ao todo, os projetos receberam 722 emendas.
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Com Estadão Conteúdo