Servidores distribuíram rosas brancas aos PMs. Eles trouxeram balões brancos simbolizando a paz. Foi como um pedido para que os policiais não ajam com truculência contra a manifestação. Servidores disseram que, por conta da truculência da polícia, alguns policiais, bombeiros e agentes penitenciários que participam da manifestação e têm porte de arma vieram munidos de arma de fogo.
"Tudo se encaminha para um tragédia. Os verdadeiros vagabundos estão dentro da Alerj. A mudança no calendário foi para esvaziar o movimento. Nosso medo agora é que haja uma votação extraordinária, como aconteceu com o caso do Bilhete Único", disse o inspetor Paulo Ferreira, do Sindicato do Sistema Penitenciário do Rio.
Na terça-feira passada, dia 6, houve enfrentamento e a polícia disparou barras de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Nesta segunda, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e um grupo carregava um caixão de papelão para encenar o enterro do governador. Eles colocaram dois pés grandes de papelão na parte inferior para caracterizar o "defunto".
Até às 11h30, cerca de 300 servidores estavam no local. Os acessos da Alerj estão com barreiras montadas pela polícia. Quem chega com mochila é revistado, como servidores, jornalistas ou qualquer transeunte. O objetivo é buscar possíveis morteiros. No último ato, houve disparos com explosivos desse tipo.
O carro de som contratado por sindicatos para a manifestação chegou a ser impedido de se aproximar da Alerj pela polícia, por volta das 11h, segundo Alzimar Andrade, diretor do Sindicatos dos Servidores da Justiça (Sindjustiça). "Aprenderam o carro. Não temos medo de nada. A população está sendo manipulada e não entende que é maior prejudicada", afirmou.
Segundo o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, agentes da Força Nacional ficarão posicionados atrás das grades que protegem a Alerj. Estabelecimentos da região e agências bancárias instalaram tapumes nas vitrines para evitar depredações, após os violentos atos da última semana.
Mudança na data de votação não alterou agenda de protestos
A Alerj temia a radicalização de protestos e decidiu alterar a data de votações. Mas, de acordo com integrantes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio (Muspe), o aluguel de ônibus para a vinda de caravanas com servidores de outros municípios já havia sido acordado. E, por isso, não haveria como desmarcar.
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“Estamos percebendo que o governo ainda não entendeu o recado das ruas. Não queremos esse pacote. A conta da crise não é nossa. Vamos nos manifestar nos dias 12 e 14. Não adianta apostar na nossa desmobilização”, declarou Carrera, que não descarta a possibilidade de greve geral.
O Muspe chegou a entregar uma carta aos deputados da Alerj sugerindo diversas medidas alternativas, como revisão das isenções fiscais, corte de gastos com carros oficiais pelos poderes e mutiraão no cartório do Tribunal de Justiça (TJ-RJ) para cobrança da dívida que empresas e pessoas físicas têm com o estado.